MC Rebecca fala sobre carreira como funkeira: 'Dever cumprido'

MC Rebecca deu uma coça no preconceito ao trazer para sua arte um grito de liberdade à sexualidade feminina e a igualdade de gênero. Com 57 milhões de visualizações em seu perfil no YouTube, a cantora, de 21 anos, que acaba de voltar de uma turnê nos Estados Unidos e na Europa, encontrou no funk proibidão seu lugar de fala. "O artista é alguém que tem algo a dizer. Procuro exaltar as possibilidades da mulher num sentido mais amplo", destaca ela, prometendo dominar as paradas com o hit Repara, uma parceria dela com Kevin O Chris e WC. "Boto fé que vai fazer geral rebolar muito neste verão", aposta.

Com um ano de carreira, Rebecca estabeleceu seu nome entre as funkeiras mais ouvidas do país. Um sonho, aparentemente, impossível para uma jovem cria do Morro São João, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. "Quando um artista tem seu trabalho reconhecido, fica a consciência do dever cumprido. Onde todo o esforço e empenho não foram em vão", diz.

Tanto empenho fizeram de Rebecca a primeira artista mulher negra a alcançar a posição de número um no Spotify Brasil com o hit Combatchy, uma parceria de funkeira com Anitta, Lexa e Luísa Sonza. "Fiquei honrada pelo resultado. Estou feliz com as minhas conquistas e com os sucessos da Ludmilla, da Iza, por exemplo. Mas precisamos de mais. Representatividade é importante, mas quero ver negras em todos os lugares: na música, na literatura, na presidência de empresas... estou na luta e na companhia de todas as mulheres negras deste país".