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Carlinhos Maia desabafa: 'Acreditei que o Brasil me amava'

Em entrevista para o colunista Leo Dias, o humorista reconheceu que cometeu alguns erros e falou sobre a montanha russa que viveu nesse ano

Carlinhos Maia
Carlinhos Maia -
Carlinhos Maia fez um balanço sobre seu ano de 2019 e tudo o que viveu no decorrer dele. O humorista passou por altos e baixos no período de 12 meses e desabafou para o colunista Leo Dias.

Na entrevista, Carlinhos Maia reconheceu que cometeu alguns equívocos, como quando afirmou ser "um gay homem". "Achei que era uma unanimidade e quebrei a cara. Acreditei 100% que o Brasil me amava", declarou ele.

O humorista destacou que tudo mudou quando se assumiu homossexual e logo depois se casou com Lucas Guimarães, com quem vive um relacionamento há 10 anos. "Achei: 'Tá tudo ok, não vejo uma crítica, não vejo nada', até eu me assumir. Foi a questão de eu me assumir e como eu me assumi. As pancadas, vieram depois disso aí", relembrou.

"Quando me assumi, usei a frase "sou um gay homem". Na minha cabeça, de um cara saindo do interior, que não terminou nem o Ensino Médio, era o certo. Eu cresci na Internet na malícia da vida, aprendendo a fazer vídeo. Ninguém estuda para ser digital influencer", disse Carlinhos.

No bate-papo, ele afirma entender que "foi um erro" ter dito aquilo. "Eu não imagino que a minha opinião vale tanto, é tão importante assim. Eu sou um cara que acho que as pessoas não seguem porque gostam do meu jeito de ser e acabou. Só que quando você percebe que cresceu demais é que tudo o que você fala atinge outras pessoas positivamente ou negativamente. Hoje, depois de ter estudado, de ter conversado e tal, [concordo que] foi um erro", acrescentou.

Além disso, o influenciador também reconheceu que não deveria ter desenhado um rosto em uma das pinturas de um hotel onde se hospedou , o que gerou muita polêmica nas redes sociais.

"Foi um erro. Eu não sabia - e muita gente também não - que, depois que você compra uma obra, você não pode fazer pintura nenhuma [nela]. Mas olha que interessante: virou informação, porque saiu em tudo que é jornal e, daqui para frente, tenho certeza que muita gente, após esse erro meu, nunca mais vai pintar obra nenhuma, mesmo sendo dono dela, porque não recebeu autorização [do autor] para pintar. Inclusive, peço milhões e milhões de desculpas a todos os artistas que se sentiram ofendidos. Realmente, eu não sabia", salientou.

Carlinhos Maia pontuou que considera o Twitter uma rede social mais "pesada" que o Instagram, mas reconhece o papel que essa mídia teve na sua vida.

"Quando eu vejo que meu nome está nos trending topics, eu me pergunto: 'Meu Deus, o que eu fiz dessa vez? Aconteceu o que dessa vez?'. Mas, por um lado, [tudo isso] foi bom. Porque aí eu fui estudar porquê ofendia tanto as pessoas a forma como eu falava", enfatizou ele.

O influenciador também comentou que toma cada vez mais cuidado com o que fala e como fala, além de pedir ajuda às pessoas próximas.

Votou no Bolsonaro?
Outro assunto abordado na entrevista foram as eleições presidenciais, e o humorista fez questão de destacar que não votou no Bolsonaro. "Gente, eu estou ligado inteiramente à família brasileira. Aí, apontam para mim e dizem: 'Por que Carlinhos votou em Bolsonaro ...'. Eu nem votei! No dia, estava fazendo três sessões lotadas, em Brasília. Nem votei", salientou.

Ao ser questionado se votaria no atual presidente, Carlinhos garantiu: " Claro que não! Óbvio que não". "O que me irritava muito são as fake news", declarou o humorista
Tanto em relação ao voto em Bolsonaro quanto em outros assuntos de sua vida, Carlinhos contou que se irrita com as " fake news ".

"Igual, no dia do meu casamento, que saiu uma notícia, que eu dei entrevista dizendo que eu não ia beijar na boca em respeito aos convidados. Eu nunca disse isso. Eu não beijei na boca, porque [estavam lá] meu pai, [que é] um homem muito evangélico, minha mãe, [que é] mais "de boa", explicou.

"Tinha ainda o pai do Lucas, que tem depressão, e a mãe e uma tia de Lucas. Eu disse: 'Espera aí! Eu já consegui trazer esse pessoal todo para cá, então, eu vou com calma'. Eu quero que eles entendam que a gente é igual a eles, que a gente pode fazer família igual a eles. Porque, para o pessoal da minha terra, gay é [motivo de] chacota", complementou ele.

Por um 2020 com mais "cautela"
Em relação aos momentos difíceis que enfrentou em 2019, o influenciador revela que não procurou ajuda profissional e sofreu "sozinho" por uma semana.

"Eu tenho Deus. Quem tem fé, não tem medo. Eu sei quem eu sou. Eu sou um cara do bem e f***-se quem achar o contrário. Então, tudo o que dizem não é o que eu sou, porque, se eu fosse tudo isso de ruim, eu não teria tanta gente me amando. E olha que eu fui atacado por diversas pessoas gigantes, e estou aqui, firme e forte. Não caí. Se eu fosse realmente uma pessoa ruim, tenho certeza que todas as pessoas que me seguem já teriam me abandonado", contou.

Depois de um ano tão intenso, tudo o que o humorista deseja é ter mais "cautela" em tudo o que fizer. "Não dar credibilidade para todo mundo, principalmente, não amar todo mundo, não dar amor para todo mundo. Outra coisa muito importante é ficar ainda mais perto das pessoas que me fizeram chegar até aqui. Todos os meus projetos são muito voltados [para elas], porque tem uma cidade inteira como cenário", concluiu Carlinhos Maia .