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Em papo com Bial, Bonner destaca trabalho do Meia Hora na apuração de fraude envolvendo seu filho

Jornalista ficou surpreso quando soube que seu filho 'havia conseguido' o auxílio emergencial

William Bonner com Pedro Bial, no 'Conversa com Bial',na TV Globo
William Bonner com Pedro Bial, no 'Conversa com Bial',na TV Globo -
Em entrevista a Pedro Bial, o jornalista William Bonner esclareceu mais uma vez que seu filho, Vinicius Bonemer, há alguns anos vem sendo vítima de estelionatários, desde que sofreu um acidente e teve seus documentos ilegalmente divulgados. E destacou o trabalho do jornal Meia Hora na apuração da fraude envolvendo o nome de Vinícius no pedido ao auxílio emergencial do governo, que acabou sendo aprovado. O jornal tinha toda as informações exclusivas, mas entrou em contato com a assessoria da TV Globo para saber a versão do apresentador do telejornal da Rede Globo, que confirmou ser uma fraude.
"Às cinco para as 8 da noite de terça-feira, eu recebo um telefonema da comunicação da Globo alertando para o fato de que o jornal Meia Hora tinha informações e documentos que comprovavam que meu filho teria pedido ajuda ao auxílio emergencial de R$ 600, o que obviamente é uma insanidade. Isso não existe. Perguntei: "que documento?". O que eu poderia fazer às cinco para as 8? Ligar para o advogado, pedi para ele entrar em contato com o jornal e mandar as provas, boletins de ocorrência, toda a papelada que comprova que estamos tentando combater todo tipo de fraude. Vinicius tem sido alvo de fraude há três anos. O jornal, muito corretamente, na quarta-feira, não publicou porque viu que estávamos dizendo a verdade. Mas o jornal, também muito corretamente, foi atrás para investigar", relatou Bonner.


Bonner chegou a desativar suas redes sociais por alguns meses, mas voltou com o Twitter para esclarecer que seu filho vem sendo alvo de estelionatários, que usam o CPF de Vinicius para cometer fraudes.
"Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e o CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras. Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência. A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF", disse o jornalista. 
No Twitter, na última quinta-feira, dia 21, Bonner destacou o trabalho do Meia Hora, que ajudou a esclarecer que seu filho vem sendo alvo de estelionatários.
VEJA POSTAGEM DE BONNER NO TWITTER NA ÍNTEGRA
"Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público.
Primeiro, a injustiça.

Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras. Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência.

A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático.  Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela.

Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação.
Mas elas não param. E aí entramos na questão da proteção do dinheiro público.

Na terça-feira, dia 19 de maio, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente. Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria.

Mas, desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um “não”. Mas, pelo vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado. O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa a que obviamente meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado.

Leio no Globo que a Dataprev não verificou, na Receita, se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram dependentes de cidadãos com renda (como filhos e filhas e parceiros e parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores como o meu filho? Quantos entre esses realmente fraudaram o programa?

Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar.

Não se zelou pela aplicação do dinheiro público?
Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas?

Como já informei, há 3 anos meu filho tem sido alvo de golpes de estelionatários, denunciados à polícia.

Neste caso, o crime é contra ele, contra todos os que tiveram seus nomes indevidamente usados, e também contra todos os brasileiros, porque ataca os cofres públicos.

De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa. "