'Esse projeto talvez seja uma das minhas maiores realizações', diz Felipe Araújo

Rio - Sertanejo, pagode e futebol. Essas são as três grandes paixões do cantor Felipe Araújo, que conseguiu juntar tudo em um projeto grandioso, o "Clube do Araújo", que conta com um álbum inédito, turnê pelo Brasil em 2022, gravação de DVD e série documental no Globoplay. Para isso, o artista contou com o apoio de 10 grandes nomes da música brasileira e 10 craques do futebol. "Quem me conhece sabe que, mesmo sendo sertanejo, sou apaixonado por pagode e futebol, mas as pessoas nunca viram de perto a proximidade que eu tenho com essa galera, as nossas resenhas, brincadeiras, histórias. Na atração, o público verá o processo de criação das músicas e o momento que a gente grava", comemora o cantor em entrevista ao Meia Hora.

Eu sempre quis fazer algo envolvendo música e futebol. E também sempre quis fazer algo envolvendo sertanejo e pagode. Isso começou lá atrás, em 2018, com a música 'Atrasadinha', em parceria com o Ferrugem. Quando eu fui gravar o DVD ‘Por Inteiro’, ‘Atrasadinha’ bombou demais, foi um dos maiores sucessos da minha carreira e a gente começou isso de uma forma inesperada. Eu não esperava que fosse ser tão grandioso. E quando eu uni o pagode e o sertanejo, eu falei: ‘isso dá certo’. E agora durante a pandemia eu quis criar algo que unisse outra paixão, que é o futebol. Então, o Clube do Araújo é isso: o futebol, o sertanejo e o pagode… Uma série maravilhosa mostrando todos os bastidores da produção de tudo isso, todo o processo de criação. Várias histórias incríveis com grandes parceiros que estão comigo nesse projeto.

Ouço pagode desde sempre. Na família da minha mãe todo mundo gosta de pagode. Na família do meu pai também, mas é todo mundo mais focado no sertanejo. Meu pai é fã de Zezé Di Camargo e Luciano. Mas eu cresci ouvindo pagode também.

Na verdade, eu queria montar uma festa para rodar o Brasil inteiro, uma festa que fosse minha, que tivesse a minha cara. E quando a gente foi idealizando o projeto, as coisas foram ficando grandiosas. Os artistas topando, os jogadores de futebol topando também. São 10 grandes jogadores de futebol, 10 grandes artistas do pagode. E eu pensei ‘meu, isso tem que virar uma série, tem que fazer um documentário sobre isso’. O Globoplay entrou comigo nesse projeto e tem histórias de todos os jogadores, de todos os artistas, minhas histórias… Conta um pouco também da minha vida, da minha trajetória. É basicamente aquela união, a proximidade que existe entre música e futebol. Todo mundo sabe que existe, mas ninguém nunca viu de perto e a gente está mostrando isso de dentro pra vocês.

Você já sonhou em ser jogador de futebol?

Eu sempre fui muito apaixonado e muito envolvido com música. Desde os meus bisavós... Lá em casa, na minha família, todos eles cantam. Mas na minha infância eu jogava bola todo dia e sempre sonhei também em jogar bola com o Ronaldinho Gaúcho, por exemplo. No comecinho da minha infância até um pouquinho da minha adolescência, eu tinha vontade de ser jogador de futebol também. Mas a música sempre falou mais alto na minha vida. Cantar, eu canto mais ou menos. Mas jogando bola, eu sou craque (risos). 

Se você fosse convocado para a Seleção Brasileira, seria em qual posição?

Eu sou centroavante, faço gol demais.

São três músicas com cada artista. É uma regravação da minha carreira, uma regravação da carreira deles e uma música inédita. Como fazer para escolher uma música só? São muitas músicas, muitos sucessos. A gente escolheu 10 músicas minhas, 10 regravações dos artistas convidados e 10 músicas inéditas. O Bruno, do Sorriso Maroto, o Lele, que também é um produtor desse projeto, eles me ajudaram a chegar nesse repertório. Foi um trabalho em conjunto e eu estava com os melhores.

O Sorriso Maroto tem muita influência na minha carreira. O Bruno Cardoso (vocalista do Sorriso Maroto) é um dos maiores intérpretes da música brasileira. Ter o Bruno nesse projeto como produtor também… Eu pude aprender demais com ele. Tipo aulas mesmo. Aulas. Eu pude crescer muito como artista tendo o Bruno comigo. Uma das músicas mais importantes da minha carreira eu regravei com o Sorriso Maroto para o projeto. A minha vida mudou completamente depois dessa música, que foi o divisor de águas da minha carreira, que é ‘Amar É Falso’. Ela continua sertaneja, mas entrou também uma pegadinha do pagode.

A música 7x1 é uma alusão ao que aconteceu na Copa, em que o Brasil perdeu para a Alemanha?

Foi proposital. Eu tinha essa ideia de fazer uma música falando sobre o 7x1, mas não falando sobre futebol. Fazendo uma alusão, de uma forma mais romântica. Pensei: ‘meu, por que a gente não faz uma música dizendo que tal decepção amorosa vai ser pior que o 7x1?’. E foi isso que a gente quis colocar na música. O cara está percebendo que a pessoa que está junto com ele está querendo vazar fora e fala que se ele perder essa pessoa ele vai ficar mais triste que no 7x1.

Você acha que vai sentir um friozinho na barriga quando voltar a fazer shows, após a pandemia?

Eu já fiz um show em Goiânia, foi um evento teste que tinha 15 mil pessoas. Foi junto com o Gusttavo Lima. Eu estava inseguro como no comecinho da minha carreira. Estava com frio na barriga porque parecia que eu não estava muito ambientado com o que estava acontecendo. Antes da pandemia, as coisas aconteciam no automático. Todo dia tinha show. Todo show é um jogo, mas é também um treino. De repente, você fica um ano e oito meses sem fazer show. O primeiro show dá aquele medo de errar, mas deu tudo certo e foi muito legal. Os primeiros shows vão dar, sim, esse friozinho na barriga.

Você acha que o 'Clube do Araújo' será um divisor de águas na sua carreira?

Com certeza. Além de ser uma série mostrando muito sobre a minha vida e minhas paixões, depois vai virar uma festa. A gente vai rodar o Brasil inteiro com o 'Clube do Araújo' fazendo as pessoas sentirem essa experiência. Nos dias 17 e 18 de novembro vamos fazer a gravação lá em Belo Horizonte, com todos os artistas que estão comigo na série, pra já lançar a festa e poder rodar o Brasil inteiro.

Os artistas também vão para a estrada com você também?

A gente vai rodar o Brasil inteiro, todos os estados vão receber o 'Clube do Araújo'. Eu estava conversando com o Thiaguinho e falei para ele que ele serviu de inspiração. O 'Tardezinha' foi um projeto genial que ele criou. O Thiaguinho é tão generoso, tão do bem, que ele falou: ‘No Tardezinha eu ia pra trabalhar, mas no Clube do Araújo eu vou as vezes pra trabalhar mas também para curtir'. Com certeza sempre vai ter algum dos convidados junto comigo no palco.

Eu sempre achei que ia chegar longe, sempre pensei muito além da realidade que eu vivia. Sempre vivi numa realidade bem difícil, na minha infância. Mas Sempre enxerguei muito além daquilo. Só que eu tinha muita vergonha de cantar perto dos meus pais. Eu sempre guardei tudo pra mim e sempre acreditei que as coisas iriam dar certo na minha vida, na música. E graças a Deus tem dado certo. Tenho buscado cada vez mais evoluir e chegar em lugares que eu sempre sonhei.

Quais são os próximos sonhos?

Eu sou um cara muito realizado. Eu tenho uma família incrível que está sempre do meu lado, tenho amigos incríveis que estão sempre prontos para me apoiar, eu tenho fãs que não tenho nem o que falar deles. Minha vontade é retribuir tudo que eles têm feito por mim nesses últimos 10 anos da minha vida, que foi quando eu comecei a minha carreira. Eu tenho pessoas muito maravilhosas do meu lado. E esse projeto do 'Clube do Araújo' talvez seja uma das minhas maiores realizações no lado profissional. Eu só coloco tudo nas mãos de Deus e vou vivendo e buscando ser melhor que no dia anterior.