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'Ser mulher negra e viver da música aos 22 é quebrar barreira', diz Marvvila

Cantora, que é natural de Bento Ribeiro, no subúrbio do Rio, fala sobre pagode em parceria com PK e MC Don Juan, além de adiantar o que fãs podem esperar do seu primeiro DVD

Cantora Marvvila
Cantora Marvvila -
Em novo lançamento, a cantora Marvvila, de 22 anos, une dois estilos musicais que o carioca ama: pagode e funk. A faixa "A Pagodeira", uma colaboração com PK e MC Don Juan, já está disponível nas plataformas digitais e antecipa o DVD "Marvvila na Área", que será divulgado no primeiro bimestre do próximo ano. Em entrevista ao Meia Hora, a jovem fala do novo single, da relação com a música desde a infância e das origens em Bento Ribeiro, no subúrbio, além de comentar o que os fãs podem esperar do projeto audiovisual que ainda vai trazer um feat com MC Rebecca.
Você acaba de lançar "A Pagodeira", primeiro single do seu DVD. Por que unir pagode e funk?
Eu acho que “A Pagodeira” simboliza muito a minha personalidade e o DVD como um todo. Ela é bem pra cima, fala do lugar da mulher no pagode de uma maneira leve e traz o samba com uma nova cara. Tenho minhas referências antigas, mas também sou jovem, ouço funk, rap e muitas outras coisas.
São gêneros que estão presentes na sua vida desde a infância? Como era a relação da música com a sua família?
Eu vim de família religiosa, cresci ouvindo e cantando música gospel durante muito tempo. Mas quando decidi que essa seria mesmo a minha profissão, eu fui para a rua conhecer o mundo, as rodas de samba, as festas. Fui aprender olhando os outros.
Você nasceu e cresceu em Bento Ribeiro. Isso influenciou no seu estilo musical?
Sim. Totalmente. Ali é cheio de roda de samba, churrasco com aquele batuque de fundo. Fui aprender pagode mesmo na escola porque meus amigos levavam o cavaquinho para a aula de música e eu acompanhava. Era uma época em que o Ferrugem começava a estourar, Thiaguinho e Péricles estavam em suas carreiras solo já. Bebi muito dessa fonte porque meus amigos adoravam também.
Qual mensagem você quer passar com "A Pagodeira?”
A gente cresce ouvindo os cantores homens falarem que vão sair pra beber, que vão fazer o que quiser, que mulher não manda em homem… “A Pagodeira” é a versão feminina desses pagodes todos (risos). Nela, eu conto a mulher que vai para o pagode curtir e só volta para casa quando quiser.
Você está prestes a lançar seu primeiro DVD. O que seus fãs podem esperar das demais faixas?
Pode esperar tudo: sofrência, amor, desilusão, farra, medleys bem diferentes e participações incríveis.
Além de PK e MC Don Juan, o DVD traz parceria com MC Rebecca. Por que trazer outros nomes para somar no seu trabalho?
Eu trago todos esses artistas para cantarem no ritmo do pagode para mostrar essa união mesmo. O samba, o rap e o funk são gêneros irmãos, que vem do povo. A gente vem do mesmo lugar e sonha o mesmo sonho.
Em entrevista recente, você disse querer quebrar barreiras. Quais você já quebrou e quais quer quebrar ainda?
Ah… Ser uma mulher negra de Bento Ribeiro e poder realizar o meu sonho de viver da música aos 22 anos já é quebrar uma barreira enorme. Fazer isso em um gênero que tem muito mais homem do que mulher, então, nem se fala. Agora, quero que as pessoas se acostumem a ver e a ouvir uma mulher cantando samba, que saiam de casa para ver o nosso show sem julgamentos. E poder inspirar outras mulheres a poderem estar onde elas quiserem.
Como enxerga o mundo do samba/pagode atualmente? Tem aberto mais espaço para as mulheres?
Acho que está bem melhor, com grandes nomes despontando na indústria e nas rodas de samba na rua.
Quais são os planos para 2022?
Lançar meu DVD completo e ver o povo cantando na rua!
Cantora Marvvila Marcos Hermes
Cantora Marvvila Marcos Hermes
Cantora Marvvila Marcos Hermes
Cantora Marvvila e MC Don juan Marcos Hermes
Marvvila, MC Don Juan e PK Divulgação
Marvvila Reprodução
Marvvila Reprodução
Marvvila Alex Santana
Marvvila Guto Costa
Marvvila Divulgação
Marvvila Divulgação

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