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'Ser mulher e ter uma carreira no funk não é fácil', diz Gabily

Cantora nascida em São João de Meriti desponta como uma das promessas do funk

Gabily
Gabily -
A cantora Gabily, de 26 anos, faz uma reflexão sobre o machismo em sua nova música, "Vou Jogar Pra Você", que conta a participação do DJ 2F. A letra traz uma resposta às duras críticas que a jovem sofreu ao longo da sua trajetória no cenário musical. Em entrevista ao Meia Hora, a cantora abre o coração e fala sobre o começo da carreira, a relação com pais missionários e também sobre fase difícil em que enfrentou com o ex-empresário. A funkeira também relata a importância da participação no “De Férias com Ex Brasil: Celebs” e amizade com Anitta. 
Você está lançando um projeto novo chamado "Vou jogar para você". A música é uma resposta para as notícias falsas envolvendo seu nome e também aos ataques machistas sofridos. Qual mensagem você pretende passar para quem está ouvindo?
Eu estruturei essa ideia já tem um tempo, porque ser mulher e ter carreira no funk não é fácil. Desde o início, recebo críticas e comentários machistas e agora quis aproveitar que minha carreira está em um outro nível e coloquei na letra da música. A mensagem que eu quero passar é para as pessoas não deixarem que os julgamentos dos outros as definam.

Você começou a cantar na igreja com apenas três anos e até lançou um projeto no segmento gospel. Como foi essa transição para começar a cantar funk?
Comecei a cantar música secular aos 18 anos, mas comecei a conhecer o mercado aos 13 na separação dos meus pais. A transição foi bem natural, eu já conhecia e amava a Perla e a Sabrina. Me inspirei muito nelas no início. Hoje tenho outras referências.
Seus pais são missionários. Eles tiveram ou têm algum tipo de problema com seu trabalho?
Como eu sempre me interessei na carreira musical, não teve nenhum problema. Minha família super me apoia.

Você também trabalhou como motorista de aplicativo. Como foi esse período?
Foram nove meses (trabalhando como motorista de aplicativo). Existiam momentos de tensão quando pegava homens suspeitos pela noite, mas existiam também pessoas legais. Graças a Deus nunca aconteceu nada comigo, mas levo esse momento como um grande aprendizado na minha vida.

No começo da sua carreira você teve problemas contratuais com seu ex-empresário. O que aconteceu?
Foi com certeza a pior fase. Foi quando eu virei motorista de Uber e comecei a pensar que seguir essa carreira musical não fosse dar certo devido a multa que eu tinha para pagar e todas as burocracias.

Você participou do reality show “De Férias com Ex Brasil: Celebs”. Para quem está em um uma carreira em ascensão pode ser uma ótima vitrine para se mostrar comercialmente, mas também pode ser um tiro no pé. Valeu a pena ter aceitado o convite?
Claro! E eu aceitei esse convite com esse intuito mesmo, porque eu não bebo nada alcoólico. Então, me inseri num ambiente que não tem nada a ver comigo. Isso gerou muitas tretas no início do programa, mas depois as pessoas lá dentro começaram a entender meu jeito e na hora de ir embora já estávamos bem apegados. Mas eu queria mesmo é que mais pessoas conhecessem o meu trabalho.
A música “Bilhete Premiado”, em parceria com MC Kevin, que morreu em maio deste ano, se tornou viral no TikTok e teve números expressivos nas plataformas musicais. Você sente que a partir desse lançamento sua carreira começou a tomar novos rumos e que apareceram mais oportunidades?
Acho que a partir do ‘De Férias Com o Ex’ as coisas já começaram acontecer, e com ‘Bilhete Premiado’ as coisas só se intensificaram e melhoraram ainda mais.
Há alguns meses você ficou hospedada na casa da cantora Anitta em Miami e compartilhou um pouco desse momento em suas redes sociais. Como vocês se conheceram? Ela te dá dicas de carreira?
Conheço a Anitta há muitos anos, mas nunca expus isso na internet para as pessoas e a galera só se deu conta depois dessa viagem. A vida dela já é um aprendizado diário e poder acompanhar de perto é incrível.
Alguns boatos dão conta de que você teve um affair com Neymar. É verdade?
Gente, as pessoas inventam cada coisa na internet. Mas isso foi tudo uma invenção mesmo da mídia quando viajei para Paris. Mas eu e ele sempre fomos amigos.
A sua carreira é recente, você começou em 2015 e já teve conquistas marcantes. O que ainda falta conquistar? Qual o seu maior sonho?
Atualmente meu maior sonho como artista é ter um hit que faça sucesso a nível nacional no Top 1 do Spotify. Acho que quando esse momento chegar, vou entender que finalmente todo meu esforço e dedicação valeram a pena.
Reportagem de André Arruda, estagiário sob supervisão de Tábata Uchoa

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