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'Busco ser um artista completo', afirma o rapper Xamã

Cantor brasileiro mais ouvido no Spotify, o rapper deu início à turnê internacional e pretende trazer novidades surpreendentes em seus próximos trabalhos

Xamã conta sobre a experiência da
Xamã conta sobre a experiência da "Turnê Malvadão" e promete surpreender em trabalhos futuros -
Rio - Após o imenso sucesso de "Malvadão 3", Xamã se consagrou como o cantor mais ouvido do Brasil no Spotify. O rapper carioca, de 32 anos, apaixonou-se pelo mundo da música inspirado pelos cantores dos discos ouvidos por sua avó, Maria Antônia, e desde jovem se dedicou às composições, participando de inúmeras batalhas de rima. Em abril deste ano, o cantor deu início à etapa internacional da "Turnê Malvadão", apresentando sucessos de seus últimos trabalhos em países do continente africano.
Xamã, você acreditava que a música "Malvadão 3" seria uma das mais ouvidas do mundo, como aconteceu?
Nunca passou pela minha cabeça que essa música se tornaria tudo isso. Ela surgiu de um jeito tão despretensioso, tão espontâneo, e minha equipe tinha boas expectativas, mas esse potencial todo que ela tinha só ficou claro para mim quando a música já tinha saído. Nós notamos primeiro no TikTok que a música poderia estourar. A partir dali ela dominou tudo de um jeito surreal.
Com todo o sucesso que "Malvadão 3" fez, você se sente pressionado para que sua próxima música saia tão bem ou que seja ainda melhor?
A pressão acaba sendo muito mais externa do que interna. Porque tem muitos olhos em mim agora, as pessoas esperam que esse sucesso todo continue. Eu, por enquanto, estou tranquilo. Sei que tem muita gente que vai me ouvir e sabe que minha tendência é só melhorar.
Como você definiria a turnê "Malvadão"?
Eu acho que é uma turnê feita para demonstrar que eu não vou mudar nada em mim só porque tem uma música minha no topo. Nos palcos eu sou o mesmo, ou até melhor. Interajo com o público como sempre interagi, trago a mesma energia louca de sempre, para que o público não me enxergue como um artista distante, daqueles que a fama sobe muito à cabeça, saca?! "Malvadão" é uma palavra que representa muita coisa para mim agora, e essa turnê encapsula tudo de bom que aconteceu comigo nos últimos meses e traz o melhor de mim para os públicos.
"Malvadão 3" bombou em plataformas como TikTok e Instagram. Você calcula isso na hora de trabalhar suas músicas? Pensa em criar algo que vá ser um hit nessas plataformas ou foi algo que aconteceu naturalmente?
Foi 100% natural e orgânico. Quando a gente se deu conta e foi atrás de ajudar a fazer isso acontecer, essa movimentação já acontecia com muita força. Nós contratamos a dançarina Emily para fazer a coreografia, nessa época também, quando a música já estava no topo. E eu espero que seja assim para os próximos também, se a galera do TikTok abraçar e criar essas trends mirabolantes, ficarei muito feliz, mas quero que seja natural.
Você acredita que "invadir" as redes sociais seja o novo caminho para quem deseja alcançar o topo das paradas?
Eu acredito que seja necessário, apesar de esses ambientes virtuais serem muito tóxicos. As pessoas não medem o poder das próprias palavras e são capazes de deixar alguém mal de uma maneira surreal, ainda mais quem está começando no ramo e acaba não tendo como não ligar para comentários negativos disfarçados de feedbacks. O que eu diria é que, quem está começando precisa ter muita cautela, e usar as redes da melhor maneira possível para alavancar o trampo, e tentar não dar atenção para o que só está lá para te fazer mal.
Sua avó exerceu uma grande influência na sua carreira ao te inserir no âmbito musical através dos discos. As canções que ela ouvia te inspiraram de alguma forma na hora de criar sua própria arte?
Vó Maria Antônia foi tudo na minha vida. Eu sou o que sou pela criação dela, não tenho dúvidas disso. E sim, acredito que tudo o que ela trazia de música para casa me inspirou a não ficar preso a um só estilo, apesar de o rap ter me conquistado mais, pela vivência das ruas. Tocava de tudo um pouco, e isso reflete na minha discografia de uma forma absurda.
Ainda falando de suas criações, quais são os artistas que mais te inspiraram e inspiram nessa jornada?
O Black Alien sempre foi a minha maior inspiração de todas. No estilo, na roupagem, nas letras, em tudo. E eu também me espelho em muitos artistas e bandas de rock e no rap internacional, desde o Kiss até o The Notorious B.I.G, e daquelas bem populares brasileiras, de todos os estilos. Também tem o Cigarettes After Sex, o Nirvana, o Zé Ramalho. É uma mistura que fica ótima nas minhas faixas (risos).
Cada um dos seus discos seguem uma estética original, onde existe uma harmonia entre capas, nomes de músicas e melodias. Como surgem inspirações para esse processo criativo?
Essa inspiração, muitas vezes, vem de algumas das minhas obras culturais favoritas. Como meu segundo álbum, que possui todo o conceito baseado nos meus filmes favoritos, e em tudo o que eles refletem na minha própria vivência. Eu tento alinhar tudo da mesma forma, de um jeito que me permita abordar diversos assuntos, diversas temáticas, sem que os projetos pareçam algo bagunçado. E isso reflete na melodia também. Se é para eu ser um artista, então busco ser um artista completo.
Quando pensamos sobre o início da sua carreira, podemos lembrar da sua participação em inúmeros grupos de Rap. Qual foi o lado positivo e negativo em participar de tantos movimentos?

O lado positivo foi que isso abriu inúmeras portas para mim. Eu não tinha ideia do que estava fazendo e de qual rumo estava tomando, mas eu amava e as oportunidades foram me abraçando. O lado negativo foi precisar me fechar em um estilo musical por muito tempo. E eu sempre quis ser muito mais. Hoje em dia eu tenho a oportunidade de experimentar de tudo nas melodias.
O Rap é a sua marca, mas você buscou se aproximar de cantores do Pop e Sertanejo em seu último álbum. Você tem a meta de tornar-se um artista “fluido”, que passeia entre muitos ritmos em suas criações ou pretende ser um rapper que combina suas músicas com inúmeros gêneros musicais através de parcerias?
Não só através das parcerias, mas elas me ajudam muito a sair dessa caixinha de um estilo único, saca?! O fato é que o brasileiro não ouve uma coisa só. Não adianta dizer que só ouve pagode ou que só ouve heavy metal, que com certeza é mentira. E eu busco ser a personificação disso, fazendo pontes com quem está fazendo o melhor hoje em dia na música nacional, em várias vertentes. E assim, também ajudar a fazer o rap ganhar mais público, nessa mistura de ritmos que tem na minha discografia e na de muitos outros artistas do gênero.
Em trabalhos passados, você levou turnês para os Estados Unidos, Europa e Ásia, e agora, apresentou seus shows no continente africano. Você percebeu alguma diferença entre a recepção do público da África e os de outros locais que já visitou?
Eu percebi que eles estavam com muita vontade de uma turnê minha há muito tempo. Porque foi um público muito caloroso, muito receptivo, me trataram como um verdadeiro rockstar. E é um público que não costuma receber muito os olhares dos contratantes, da mídia, então acabam recebendo grandes shows vindos de fora muito raramente. Então, foi uma honra enorme trazer isso para eles.
O que podemos esperar dos seus novos trabalhos? Você já definiu a temática do futuro disco? Já existem novas parcerias na mira?
Parcerias tem várias no caminho, no melhor estilo Xamã, com uma bela variedade de artistas incríveis desse país. Para as próximas temáticas, ainda estou no processo de criação. Tenho algumas ideias. Sei que meu próximo projeto vai ser de outro estilo musical, diferente do rap, e quero que ele surpreenda com um conceito que guie toda a produção, e toda a parte visual também.
Reportagem da estagiária Esther Almeida, sob supervisão de Tábata Uchoa
Xamã conta sobre a experiência da "Turnê Malvadão" e promete surpreender em trabalhos futuros Divulgação
Xamã Divulgação
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