Edimilson Filho vive um Lampião diferente na série 'O Cangaceiro do Futuro'

Original da Netflix estreou no dia 25 de dezembro e traz a cultura do Nordeste de uma forma inusitada e divertida

EDMILSON FILHO
EDMILSON FILHO -
Rio - Edimilson Filho ficou nacionalmente conhecido pelo seu papel na série "Cine Holliúdy", da TV Globo. Protagonista de "O Cangaceiro do Futuro", o cearense traz mais uma vez para as telinhas sua habilidade de misturar a comédia com as artes marciais e espalha a cultura do Ceará pelo Brasil e pelo mundo. A produção foi lançada neste dia 25 de dezembro e relembra personagens históricos como Lampião. Ao Meia Hora, Edimilson conta como foi a preparação para o papel e quais suas expectativas para o novo ano. 
Edimilson, o que você mais gostou em 'O Cangaceiro do Futuro'?

Bom, o que eu mais gostei de fazer na série como um todo é esse universo do cangaço, que é muito fascinante de reviver. Fiz uma leitura extensa de vários livros pra entender melhor esse universo, o próprio Virguley (personagem do ator) apesar dele vir do futuro se encaixa perfeitamente no cangaço e interpretar Lampião foi uma das melhores coisas.

Como foi a preparação para o papel? Teve alguma dificuldade ou desafio? Ou já estava se sentindo em casa?

A preparação foi realmente baseada em cima de muita pesquisa, literatura... É um universo que eu já gosto e a parte da comédia com certeza foi bem mais fácil. O grande desafio na verdade foi porque eu estava no set e a minha mãe faleceu de covid-19 justamente no início das gravações. Foi um período dificílimo, foi o projeto mais difícil da minha vida. Quase que eu desisto e saio, mas tive perseverança, apesar do luto que eu tive que passar, pra terminar o projeto em consideração aos outros. Mas depois que eu que eu passava o dia gravando, a noite ia pro quarto chorava, voltava. Então, o desafio maior foi a concentração nesse momento de de tristeza, de luta... Pra virar a chave e fazer uma comédia, mas por dentro estando despedaçado.

Como é para você juntar a paixão pelas artes marciais e a comédia nos seus trabalhos?

As artes marciais e a comédia são uma característica muito forte dentro dos meus trabalhos, que eu vou usar cada vez mais. Isso me dá um lugar de destaque dentro da comédia nacional, que é essa coisa da expressão corporal, da dança, da luta através da comédia. Então, ela está muito presente nos personagens que eu crio, dentro de um universo que eu domino bem, que é essa coisa do corpo. A comédia junto com a luta com certeza vai ser o meu maior destaque, né? Tanto dentro da minha jornada como artista quanto dentro da minha carreira.

Como foi receber a proposta da Netflix? Trabalhar com um serviço de streaming é diferente do que com uma rede de televisão ou produtora de cinema?

Na verdade, a Netflix já vinha me namorando há algum tempo, querendo algum tipo de trabalho tanto meu quanto do Halder (Gomes, cineasta cearense). Então, não tem muita diferença não. Isso eu falo na parte artística, na parte de atuação. Na parte do desenvolvimento do projeto, o pessoal do streaming, praticamente encomenda um produto e tem uma participação muito severa em todo o desenvolvimento. Mas no final das contas, no set, quem manda é a gente. Nós fazemos a nossa comédia e não tem tanta diferença no dia a dia do trabalho não. Às vezes o processo pode ser um pouquinho diferente. Mas na rotina a gente tem que entrar num ambiente de harmonia, de união pra comédia sair com mais facilidade. 

Como você acha que as pessoas vão receber a série?

Eu acho que vai ser um sucesso tremendo. As pessoas vão se divertir muito com toda essa jornada que vem do futuro e personagens históricas que estão fazendo parte da obra. E eu acho que o Brasil já está empolgado com esse nosso tipo de comédia do Nordeste. O público já espera muitas risadas e momentos felizes com a família assistindo a série.

O que mudou na sua vida após 'Cine Holliúdy', da TV Globo?

O 'Cine Holliúdy' foi um divisor de águas, né? Depois do sucesso do 'Cine Holliúdy' que eu fiquei conhecido no meio do do cinema... Produtores, diretores, festivais, já que a série passou por vários... Então, ele foi realmente um divisor de águas que abriu muitas portas e abre até hoje.

Como se sente trazendo a cultura do seu estado para o resto do país?

Essa coisa da cultura do estado e do Nordeste é maravilhosa porque é um uma causa que eu conheço muito de perto. Levar o nome do Ceará, do Nordeste, pro Brasil todo e até internacionalmente é uma honra e uma alegria. A melhor coisa do mundo é você estar trabalhando com algo que você domina, sabe que o público gosta e é bem feito. Então, é cada vez mais contar nossas histórias, fazer o que eu faço bem feito, e fazer sucesso com muita saúde, se Deus quiser.

Além dos trabalhos que está lançando, como espera que 2023 seja profissionalmente para você?

O ano de 2023 eu acho que vai ser um ano de trabalho também. Vou tirar um pouco o pé do freio porque eu venho gravando direto desde novembro do ano passado. Pro ano que vem tenho dois filmes e ao mesmo tempo estou desenvolvendo e escrevendo outros roteiros de outras produções que já são encomendadas. Mas espero que seja um ano mais leve em relação a tanto trabalho fora de casa. Eu não moro no Brasil, então tenho que ficar fazendo essa esse vai e volta. Já estou com com a agenda bem apertada em relação aos outros projetos que vem pro futuro. Mas eu vou ficar sendo mais pontual, sempre querendo fazer uns dois filmes por ano ou um filme e uma série. Pra assim ter como trabalhar, fazer as coisas que eu gosto e viver ao mesmo tempo. Senão você só trabalha, trabalha, trabalha e quando vê o tempo passou e não fez nada.

Qual seu maior sonho profissional?

Estou vivendo esse sonho. Não tem outro sonho maior que esse. É o dia a dia, é fazer o que eu gosto, contar nossas histórias. Esse é o meu maior sonho e eu estou vivendo ele exatamente agora.

Você acha que a cultura produzida no Nordeste está tendo mais reconhecimento?

Em relação à cultura que é criada no Nordeste, no Ceará, eu não acho que ela é desvalorizada não. Na verdade, o que acontece é falta de conhecimento. Quando as pessoas conhecem, elas começam a gostar e valorizar. E aí esse é o nosso papel, levar para a maior quantidade de pessoas possíveis. Então, é mais uma questão de conhecimento mesmo, de conhecer a cultura do outro e entender como é que o outro pensa e acima de tudo respeitar.

Quais são os planos para o final do ano?

Meus planos para o final do ano são acabar o 'Cine Holliúdy', que está agora na terceira temporada, ver se eu ganho o prêmio dos melhores do ano da TV Globo. Vou passar o Natal no norte da Califórnia, volto pro Sul da Califórnia pro Ano Novo, talvez vá pra Las Vegas... Mas o plano é aproveitar a família depois de tanto tempo fora e dar um tempo pra dar uma descansada boa.
Reportagem da estagiária Rebecca Henze sob supervisão de Tábata Uchoa
EDMILSON FILHO Divulgação
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O CANGACEIRO DO FUTURO (L to R) EDMILSON FILHO as VIRGULEY in O CANGACEIRO DO FUTURO Jamille Queiroz e Jorge Silvestre/Netflix © 2022
O CANGACEIRO DO FUTURO (L to R) EDMILSON FILHO as VIRGULEY in O CANGACEIRO DO FUTURO Jamille Queiroz e Jorge Silvestre/Netflix © 2022

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