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Jorge Aragão celebra 45 anos de carreira com sua volta aos palcos!

O cantor retorna com os shows com a turnê 'Novos Tempos'

Ele está de volta!!!
Ele está de volta!!! -
 
 Aos seus 72 anos, podemos dizer que Jorge Aragão é uma fênix. Primeiro por sua força e depois porque de suas 'cinzas' ela ressurge uma nova ave. E assim é esse sambista, que não é sambista, pagodeiro que não é pagodeiro, ele é simplesmente Jorge Aragão...sem rótulos e a cada dia se reinventa para levar alegria a todos com suas melodias e composições que embalam a vida! 
Vamos começar falando desses 45 anos de carreira. São muitas histórias?
Eu tive algumas. Mas sempre foi muito legal! Sempre foi  naturalmente musical. Eu não tinha muita noção dessa coisa de público, por exemplo, eu tocava num barzinho em Copacabana, e às vezes tinha um casal só lá dentro namorando e eu tocando, fazendo voz e violão. E quando eu parava para beber água que eles perguntavam porque parou? Eu estava achando que aquilo era só para alimentar mesmo esse ambiente.
Mas muitas coisas aconteceram na minha vida e eu sempre achei que  tive aquilo que mereço. Sempre gostei que fosse desse jeito. Não era que eu tivesse procurando mais não. Talvez por isso a longevidade da minha carreira.
Dá pra fazer uma análise desse tempo?
É difícil fazer uma análise, um balanço da minha carreira. Já compus e gravei muitas músicas, gravei alguns álbuns, fiz turnês, e cada coisa que fiz tem uma importância na minha vida. Minha carreira é maravilhosa, com muitos trabalhos, mas quero aproveitar enquanto Papai do Céu me deixar aqui. Nunca vou parar de escrever. É isso que me mantém vivo. Se essa vontade acabar, acho que saio da vida.
 
E chegando o momento de comemorar, você contrai Covid-19 e fica internado . O que passava em sua cabeça naquele momento?
Eu só tenho gratidão eterna a todos os profissionais de saúde que cuidaram extremamente bem de todos que estão lá dentro. É realmente assustador, aterrorizador! É uma doença solitária, você não consegue falar com seus parentes, não consegue conversar com ninguém... e graças à Deus tive mais esse livramento.
Quem já teve e foi internado entende. Não há quem não pense o pior! Claro que eu tive medo de morrer, qualquer um tem. Você começa a se preocupar em ter falta de ar e perceber que pode ser que ali seja o final. Acho que quando caiu a fixa que algo tão natural e espontâneo estava faltando, eu sinceramente não achei que fosse sair e estar contando aqui a minha história.
 
 Mas antes disso você passou por outras internações, como foi isso?
Eu já tive que abrir o peito, literalmente. Serrar mesmo o peito, para poder ser salvo. De 2002, quando eu tive que abrir o peito, de lá para cá eu estou com 26 Stents no coração. Isso é uma prova de que a gente tem que ter atenção. Papai do céu é quem sabe da gente, mas se você corre para poder ser atendido, em todos os níveis, quando você sabe que você estar garantido para aquilo que a ciência te dá a mão para vocês fazerem, tem que ir. Não pode recuar.
 
Ele está de volta! - Reprodução da Internet

E com toda essa luta e superação, você parou para compor e produzir seu novo trabalho. Ocasionou inspiração?
Normalmente, eu não sou muito de escrever sobre um tema que está muito atual não, porque a gente corre o risco de se envenenar no próprio veneno dele, digamos assim. Então eu procuro muito as coisas mais calmas. Mas quando você está internado e você está há muitos dias, e veja bem, com essa comorbidade que eu já trago, a idade, o peso, cardiopata... sinceramente, nunca que você vai imaginar que vai entrar num hospital e vai sair de lá. E a música sempre estava comigo. Por várias vezes eu me pegava cantarolando, ninguém estava ouvindo nem sabendo disso, mas isso acontecia enquanto eu lutava para sobreviver. A ideia de fazê-la, o primeiro motivo foi a solidão. Quando bateu a consciência que poderia não me despedir de ninguém.
 
E esse tema me chamou atenção. "O ano de 2020 e a pandemia" De uma certa forma seria trazer alegria para um tempo que foi e ainda está sendo tão sombrio?
Eu já começo a dizer que eu sobrevivi ao ano enfeitiçado. Há o respeito aos que se foram, e também há o respeito aos que sobreviveram, como eu.
 
 E você foi para os EUA para produzir esse trabalho?
Eu quis ir para lá, porque eu queria um coral enorme e tudo que tinha direito. Não que eu não pudesse fazer aqui, não é nada disso não. É porque junto a isso eu estou com outros projetos que eu sei que vão acontecer. E se eu puder expandir muito mais o que é meu, em musicalidade, eu vou buscar fazer isso. Buscar mais representatividade em todo canto, porque já não é mais para mim. Já me basta o que eu tenho, muito, muito, muito. Eu não preciso mais de nada para continuar vivendo feliz e em paz. Eu sobrevivi, né, então tudo o que vou fazer agora é para deixar para vocês.
 
Falando do Jorge compositor. Suas canções já ganharam diversas roupagens nas vozes de outros artistas. Nos conta um pouco desse lado?
Até o que não é samba vira samba. E sempre foi assim. Pra mim tudo acaba em samba, eu sempre falei isso. Tudo vira música, o que é bom , o que não é tão bom...O contato com o público é a consequência daquilo que você faz, da tua essência. É bacana. Muito bacana! Você cantar, ver gente chorando, dançando, cantando com você, é bacana. Mas não chega nem perto do momento de compor não. Meu grande barato é escrever. É como num joguinho de xadrez pra mim, sabe? Brincar com as palavras.
 
 E essa retomada aos palcos depois de tanta luta?
Trabalhar é... já são mais de um ano que a gente está sem trabalhar. Então, claro, tem que respeitar o momento, respeitar a nova ordem de trabalho. Já começa que para que eu vá para um palco, já estou totalmente distante de todo mundo. Quem vai estar mais perto de mim são os músicos, que não vão entrar no palco se não tiverem feito seus testes  para Covid. Se possível, de máscara também! Então nós estamos cercados de tudo que é possível para que possa transcorrer naturalmente esse trabalho. Todo mundo está se adequando. Essa retomada aos palcos, numa casa como o Vivo Rio, tem um marco importante.
 
 O que seu público pode esperar desse trabalho?
Foi um trabalho feito com muito carinho, sobre um tema muito atual, de um ano muito difícil para mundo. Espero que todos gostem, porque precisamos um pouco dessa alegria que a música nos traz.
 E quais serão os próximos passos?
Tenho certeza que vou desconstruir alguns mitos que rolam no meu seguimento. Eu não vejo fronteiras. Se me chamarem de sambista direi que sou pagodeiro; se me chamarem de pagodeiro direi que sou sambista. O cenário não paralisou nada, muito pelo contrário. Está me ensinando a me fortalecer, e aos meus iguais também. (Tenho) muita coisa para fazer este ano e para o ano que vem. E a todo vapor. É o momento em que eu tenho de me reinventar, e todos os que estão à minha volta pensam dessa maneira. Com certeza, daqui a pouco tudo será realidade.

Galeria de Fotos

Ele está de volta aos palcos! Reprodução da Internet
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Ele está de volta! Reprodução da Internet
Jorge Aragão volta aos palcos! Divulgação

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