Alguns rapazes deram entrevista ao site ‘Universa’ do portal UOL sobre o ocorrido, depois da repercussão nas redes sociais. "Em uma sessão de fotos, ele disse que queria que o volume da minha cueca fosse diferente. Ele, então, colocou a mão dentro da minha cueca e mexeu no meu pênis. Para 'arrumar' para as fotos", conta um modelo não identificado.
O rapaz ainda afirmou ter sido ‘encoxado’ por Eduardo. "Estava na cozinha pegando água e ele passou atrás
"Achei que todos os trabalhos de moda seriam assim, comecei a ter muita crise com o meu corpo", afirma. Ele voltou a modelar há poucos anos, quando conheceu o atual marido. "Percebi que o Eduardo era quem estava errado quando trabalhei com fotógrafos realmente profissionais, que pediram permissão para me tocar e que não faziam esse tipo de 'brincadeira'.", desabafou o rapaz.
Várias histórias foram surgindo depois que um bailarino desabafou em sua conta do Twitter que quando tinha 15 anos Eduardo Costa o assediou e o tocou inapropriadamente. "Ele vinha nos vestir e sentíamos que o toque dele não era inocente. Era um esbarrar de mão maldoso, na nossa bunda, nas nossas coxas, no nosso pênis. Era incômodo.", contou.
A cada minuto, mais e mais acusadores iam perdendo a vergonha e apareciam relatando o comportamento inadequado do estilista. "Ele nos chamava para irmos até a casa dele e nos atendia de cueca. Pedia para os modelos menores de idade ficarem só de shortinho e empinar a bunda para as fotos.", contou o bailarino.
O menino também relatou que quando foi à casa de Eduardo era menor de idade e o estilista tentou o agarrar várias vezes, incluindo sentando em seu colo. "Um dia, na casa dele, ele me chamou para ir ao banheiro com ele, mas neguei. Aí ele subiu no meu colo e ficou tentando me agarrar. Me prendeu na parede só de cueca. Eu era menor de idade, não entendia o quão errado era aquilo", conta ele para a reportagem. "Saí da casa dele e nunca mais fui chamado para fazer fotos.", disse.
O modelo disse que nunca falaram nada antes porque existe muita gente legal no coletivo e não queriam prejudicar o projeto como um todo, já que quem não prestava era o criador. "Tem muito artista legal e bom nele, uma pena que a pior parte do coletivo é exatamente o criador", afirmou.
O bailarino, que na época do assédio era menor de idade, afirmou que demorou a entender que o que o estilista fez tinha sido errado. "Na época, não tinha noção do que era assédio, abuso. Percebi o que tinha acontecido quando comecei a falar com outras pessoas que haviam trabalhado com ele, que haviam passado pelas mesmas coisas.", contou.
Outros rapazes aparecem no Twitter e relataram várias investidas de Eduardo Costa e contaram como isso mudou a vida deles. “O Eduardo Costa em 2018 me chamou para um Job, eu curtia bastante o Brechó replay, ele começou a me assediar quis ter relação comigo, eu falei que não tinha interesse nisso, porém queria fazer o job. Logo em seguida ele me cortou do ensaio e nunca mais me chamou…”, disse um jovem no Twitter.
Após a chuva de relatos nas redes sociais por todos os lados, o estilista Eduardo Costa apagou todos os seus perfis. O site e a conta do Instagram do Brechó Replay também ficaram indisponíveis.
A Casa de Criadores, evento que o Brechó Replay desfilou, deu uma nota oficial em sua conta no Twitter sobre os relatos: "Jamais teve conhecimento anterior de qualquer coisa e/ou fato que levantasse dúvidas sobre um possível comportamento abusivo de Eduardo Costa, do coletivo Brechó Replay", diz o texto. "Se tivéssemos conhecimento, teríamos tirado a marca do line-up do evento. Acreditamos que os fatos aqui descritos são muito graves e nunca seremos coniventes com qualquer tipo de assédio."
Terminaram o comunicado dizendo que a marca de Eduardo Costa não faz mais parte do Casa de Criadores. “Diante de todos estes acontecimentos gostaríamos, portanto, de comunicar que o Brechó Replay não faz mais parte do nosso line-up”.
A Casa de Criadores esclarece que sua direção jamais teve conhecimento anterior de qualquer coisa e/ou fato que levantasse dúvidas sobre um possível comportamento abusivo de Eduardo Costa, do coletivo Brechó Replay. Até então, nunca havia nos chegado qualquer informação parecida+
— CASA DE CRIADORES (@casadecriadores) 15 de janeiro de 2020
Eduardo Costa, criador da marca Brechó Replay, foi acusado de assédio sexual e pedofilia. O empresário apagou as suas redes sociais - onde se intitulava "Um anjo adolescente". Cinco modelos contaram para a @MarieClaireBR como Costa usava de seu poder na moda para abusar deles. pic.twitter.com/eHQrbPXxqj
— Geek & Feminist (@geeknfeminist) 16 de janeiro de 2020
O Eduardo Costa em 2018 me chamou para um Job, eu curtia bastante o Brechó replay, ele começou a me assediar quis ter relação comigo, eu falei que não tinha interesse nisso, porém queria fazer o job. Logo em seguida ele me cortou do ensaio e nunca mais me chamou...
— BEBIANO (@ViBebiano) 15 de janeiro de 2020