Sikêra Jr. diz que artistas maconheiros 'perdem tudo o que ganham com droga'

José Siqueira Barros Júnior, ou somente Sikêra Jr., tem 52 anos, nasceu em Palmares, Pernambuco. Começou sua carreira aos 14 anos na Rádio Cultura, de sua cidade e passou por diversas emissoras no Nordeste. Com a fama do rádio, ingressou como repórter na TV Alagoas no ano 2000 e doze anos depois virou âncora do programa ‘Plantão Alagoas’, onde permaneceu por seis anos.

Conhecido pela irreverência, Sikêra Jr. sempre conquistou o público por seu jeito espalhafatoso e improvisado de ser. Em 2016 viralizou nas redes sociais após jogar uma ‘praga’ contra os usuários de maconha dizendo que eles ‘iriam morrer antes do Natal’ daquele ano. Porém, foi ele que acabou dando susto em muita gente ao ter um infarto em 2017. Recuperado, voltou ao programa em grande estilo dentro de um caixão e ainda criticando os maconheiros pelo o uso da droga.

Em 2018 participou de um filme chamado 'Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro', ao lado de Danilo Gentili, Léo Lins, Murilo Couto, Dani Calabresa, Pietra Quintela e Ratinho. Ganhou fama nacional ao participar do programa de Danilo Gentili, no SBT, ‘The Noite’.

Em 2019, Sikêra começou a comandar o ‘Alerta Amazonas’ e virou a pedrado sapato d Globo ao vencer até o Jornal Nacional e no fim do ano fechou com a Rede TV! para apresentar, diretamente de Manaus, a edição nacional do programa. Sua estreia em rede nacional foi em janeiro de 2020. 

Filho de um lavrador e uma costureira, diz que foi praticamente ele e os dois irmãos foram criados pela irmã mais velha, Lalinha, enquanto os pais estavam fora trabalhando. Confessou que nunca fui muito ligado aos estudos, mesmo que os pais tenham lhe proporcionado as melhores oportunidades nesse setor. “Estudei em colégio bacana, mas nunca gostei de estudos”, disse ele, que confessou não ler livros por odiar a leitura.

Apesar de ter uma fé muito grande, ele, que é cristão, diz que não tem religião e não frequenta igrejas. Conta que quando quer falar com Deus, se ajoelha em casa e fazer seus pedidos e agradecimentos. Tem como ídolo, o falecido apresentador Flávio Cavalcanti, que fez sucesso nos anos 70 e 80 na Band TV.

Você começou no rádio, foi repórter de TV e hoje é apresentador. Está realizando um sonho?
Sikêra: É um sonho realizado trabalhar na TV, mas o Glamour já passou, tipo um garotão que que vai conquistar o mundo e virar um 'popstar'. É bom que já tenha passado essa fase, hoje recebo com maturidade para não endoidar cabeção. Com maturidade sofri infarto, parei de beber energético, parei de fumar, só tomo meu whisky com água de coco às sextas-feiras.

Quem mais faz parte desse sonho?
Sikêra: Minha mulher e meus filhos. Tenho uma equipe boa que sofreu comigo e que no tranco aprender e cresceu comigo. Sou uma pessoa de poucos amigos íntimos. Já fui muito de abrir as portas da minha casa, mas muitas pessoas não sabem respeitar a descrição da minha intimidade. Eu conto nos dedos as pessoas que levo na minha casa. São poucos amigos, mas sinceros que tenho.

Quem você não deixa de agradecer por chegar onde chegou?
Sikêra: Não deixo de agradecer meu Senhor Jesus Cristo. Ele quem manda, tudo o que eu tenho é dele. Sou apenas o jardineiro. Existem pessoas nessa estrada que me deram apoio, pulso, como por exemplo, a família Sampaio, que acreditou em mim qdo todo mundo dizia que eu era doido. Foi Eugênio Sampaio que me deu o lugar de apresentador, era para eu ficar 1 mês e fiquei 5 anos.

Fale de sua equipe de trabalho. Muita gente atrás das câmeras?
Sikêra: Hoje minha equipe é resumida, em média de seis pessoas. Na minha equipe todo mundo é artista, são coringas, todos eles fazem de tudo. Fazem 'merchan' (propaganda), participam de desafios, aparecem na frente da câmera, fazendo de tudo. Todo mundo tem seu lugar ao sol.

Como você lida com suas críticas ao seu trabalho?
Sikêra: Não ligo mais para crítica. Já liguei, hoje não ligo mais. Porque as pessoas vivem criticando. Esses caras Me criticando porque apoio o Bolsonaro, me criticam porque falo do CPF cancelado. Não tô nem aí mais, eles não pagam meu salário... São jornalistas frustrados, são artistas frustrados porque não tiveram a chance e nunca vão brilhar, porque nunca vão ter um espaço assim como gostariam de ter, então ficam criticando as outras pessoas eles não tem outra coisa para fazer, mas não olham para o rabos deles. Mas peço a Jesus Cristo que dê luz para eles, já que não brilharam aqui, que brilhem na alma, pois é o que precisam.

Como você descreve seu modo de fazer TV?
Sikêra: Nem eu sei. Nada nosso tem roteiro, tudo vai acontecendo por acaso. Nunca me imaginei na televisão. Comecei na rádio para não trabalhar na roça, para não pegar peso. Sou preguiçoso. Mentia muito quando era menino e minto até hoje. Não consigo decorar nada. Não leio texto. Sou péssimo nisso.. Eu tenho teleprompter, sem ele não sai nada.

Na hora do ‘ao vivo’, você pensa para falar ou sai tudo na hora?
Sikêra: Não sei nada do que vai rolar. Tudo é na hora. Só sei o título da matéria. Vou assistir junto com o povo de casa e aí entro com meu comentário. Me sinto na barbearia, na lanchonete, no restaurante, etc. Se eu assistir a matéria antes, não é o Sikêra, todo sabe que tô falso, que tô mentindo.

Sua espontaneidade te transformou em um ‘showman’. Isso é um personagem ou não?
Sikêra: Tem horas que eu nem acredito no que vejo. Tem horas que me desconheço. Eu não considero um personagem, considero uma entidade. Acho acho que é uma entidade que incorporo, tem horas que não me reconheço na tela. Tem coisa que eu faço, que eu esculhambo e depois fico ‘Meus Deus do Céu, o que foi que eu falei?’.

Você faz muitas brincadeiras, mas já te acusaram de ser preconceituoso?
Sikêra: Já, já. Me chamam de homofóbico, misógino, machista, essas coisitas de povo do PSOL, PT e PSB. Eles não defendem o pai deles, o Lula, só sabem falar mal dos outros. Eles não tem o que defender, só tem o que acusar, é como falam 'acusem eles do que você é'. Então fica meia dúzia do que resta de petistas, psolistas, psbestas que ficam falando merda. Vão para ‘pqp’ não devo nada a vocês.


É verdade que todo maconheiro ‘dá o caneco’?
Sikêra: É verdade, a ciência já comprovou, só procurar no Google, que o cara depois que fuma coloca a mão na parede e se entrega totalmente e não lembra de nada. Por isso canto assim "el, el el, todo maconheiro dá o anel'.


Qual sua opinião sobre os famosos que usam drogas e deixam claro isso para os seguidores nas redes sociais?
Sikêra: São um bando de otários, porque tá levando um monte de criança na onda deles. Eles não colaboram em nada e morrem pobre, devendo, perdem tudo o que ganham com droga, com boates… Termina pobre, abandonado e vai contar histórias para aquele cara chato da Record, o Geraldo Luís. Ele é chato, entrevista a pessoa sem olhar na cara, não gosto de gente assim. A pessoa que não me olha nos olhos pra e não aperta minha mão com força, não é homem não.

Você é também chamado de humorista e tem até um funk. Como isso aconteceu?
Sikêra: Só Jesus sabe. Eu fazia graça para o patrão não me colocar para fora. O bobo da côrte. Quem mexe com doido? Nunca me considerei humorista. Nunca imaginei as pessoas pagando para ouvir minhas histórias.

O que tem dizer para os jovens que assistem seu programa?
Sikêra: Não fumem maconha, não cheire cocaína, não se envolva com drogas, não se envolva com quem não presta, olhe para frente. Não vá na onda de ninguém, ninguém vai apoiar seu projeto, não conte seu projeto para ninguém. Não espere que alguém vai chegar com investimento e dizer assim 'tá aqui o dinheiro, faça'. Acredite em você. Siga um Deus Vivo que dentro de você, um Cristo Vivo, que ele te dá saúde, inteligência em abundância para seguir em frente. Só olhar de lado e tem tanta gente que tá doente em casa doido para tá em pé igual a você. Tanta gente queria ir a pé até o ponto de ônibus, mas não pode porque tá aleijado e você pode ir no ponto de ônibus. Olha que riqueza, pensa dessa forma. Meninada, a vida é muito boa, a vida é muito boa de se viver. Mas tem uma coisa, passa rápido, se você não aproveitar, tchau.

Muitos telespectadores se sentem representado por você. Estamos em ano eleitoral. Você tem pretensão em ser candidato?
Sikêra: Não. Jesus me defenda e me livre. É uma parada que não gosto. Não abraço quem não quero, não beijo quem não quero, não dou tchau pra quem não gosto e quem não conheço, sou um matuto ignorante, bravo. E ser político nesse país tem ser cínico, não é pra mim não. Tem que tá rindo pra quem não gosta,tem que tá fazendo conchavo, articulação e essa parada não dá pra mim. Política não. Já fui convidado para tudo: deputado, vereador, prefeito, governador, mas eu não quero. Fiquem tranquilos. E se eu estou falando e as pessoas gostam, eu acho que to no caminho certo. Se as pessoas se identificam com a moral e com a decência, estou no caminho certo.