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E agora, youtuber?

Criadores de conteúdo infantil terão que se readequar a novas regras na plataforma

Luccas Neto e Felipe Neto estão entre os maiores youtubers do país
Luccas Neto e Felipe Neto estão entre os maiores youtubers do país -

O YouTube, maior plataforma de vídeo do mundo, resolveu mudar suas diretrizes para a produção e distribuição de conteúdo infantil. Apesar de venderem a ideia de que a mudança foi motivada para proteger as crianças, o motivo real é bem menos nobre. A verdade é que, na última quarta-feira, a empresa foi alvo de uma multa de 170 milhões de dólares (mais de R$ 690 milhões) por coletar ilegalmente dados pessoais de crianças sem o consentimento dos pais.

Segundo a Comissão Federal de Comércio dos EUA, a ação viola as leis de proteção à privacidade das crianças. Além de pagar a dívida com o Estado, o YouTube se comprometeu a limitar, a partir de 2020, a coleta de dados de usuários que assistirem aos conteúdos.

Assim como os EUA, o Brasil é um grande consumidor de canais infantis na plataforma, como as páginas da Galinha Pintadinha, Renzendeevil e Authentic Games. Mas a medida não impacta só os usuários, como também os produtores de conteúdo. O youtuber Felipe Neto, que tem 34 milhões de inscritos, concorda com a medida. "É o fim de uma era, onde muita coisa vai mudar daqui para frente na plataforma e no conteúdo infantil no mundo inteiro. Vídeos infantis não terão mais os comentários habilitados, não enviarão notificações para os inscritos e não renderão mais publicidade para os criadores", diz.

Apesar de se posicionar publicamente sobre o caso, Felipe garante que as mudanças não vão afetar seu canal, mas sim o de seu irmão, Luccas Neto, que tem mais de 26 milhões de inscritos e é o maior criador de conteúdo infantil no YouTube do país. "As medidas afetam todos os canais que tiverem vídeos interpretados como 'kids'. Isso inclui desde o canal do Luccas Neto. Todos perderão a monetização", destaca.

O youtuber Enaldinho, que tem quase 12 milhões de inscritos na plataforma, diz que a medida é legítima, mas que não dá para prever o que vai acontecer. "O YouTube está passando por uma transformação que ainda não sabemos como será. Ainda é cedo para avaliar ou prever exatamente o tamanho do impacto das mudanças."

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