Ministra Ana Moser não pretende investir em e-sports: 'É entretenimento, não é esporte'

Ex-jogadora de vôlei comparou treino dos atletas de jogos eletrônicos com Ivete Sangalo

Ana Moser
Ana Moser -
Rio - A Ministra do Esporte, Ana Moser, não tem planos para os esportes eletrônicos. Em entrevista ao portal "UOL", nesta terça-feira (10), a ex-jogadora de vôlei menosprezou os atletas de jogos eletrônicos, comparou os seus treinos ao da cantora Ivete Sangalo e afirmou que o esports é da indústria do entretenimento, além de revelar que não investirá no segmento.  
"O esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Você se diverte jogando. "Ah, mas o pessoal treina". Treina, assim como o artista. A Ivete Sangalo também treina para dar show e ela não é atleta da música. Ela é simplesmente uma arista que trabalha com entretenimento. O jogo eletrônico não é imprevisível. Ele é desenhado por uma programação digital, cibernética. É uma programação, ela é fechada, não é aberta, como o esporte", disse.
A Ministra do Esporte também lembrou que a ONG "Atletas pelo Brasil", fundada em 2006, atuou para que a Lei Geral do Esporte, cuja proposta está em tramitação no Senado, não deixasse o conceito de esporte tão amplo a ponto de poder incluir os jogos eletrônicos. Ana Moser, inclusive, esteve a frente da ONG na defesa pela não inclusão dos esports na categoria esporte.
"A questão do esporte eletrônico a nível federal ainda não é uma realidade. Não tenho essa intenção (de investir). No meu entendimento, não é esporte. Lutamos no ano passado, e eu na minha vida pregressa, a frente da Atletas pelo Brasil. Fizemos uma ação muito forte junto ao Legislativo para o texto da Lei Geral (do Esporte) não ser aberto o suficiente para poder ter o encaixe dos esportes eletrônicos", afirmou.
O projeto da nova Lei Geral do Esporte (PL 1.153/2019), do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), foi aprovado em junho no Senado, com relatoria de Leila Barros (PDT-DF), e em julho pela Câmara. O texto, no entanto, sofreu alterações e, por isso, precisará ser aprovado novamente pelos senadores.
"O texto está lá protegendo o esporte raiz. Na definição de esporte, tinha sido dado uma abertura que poderia incluir esporte eletrônico e nós fechamos essa definição para não correr esse risco. Lógico, risco sempre acontece, e é um trabalho constante", completou.