Conta chegou caríssima!

Os dirigentes adoram posar nos bons momentos, mas se escondem quando o bicho pega

Reinaldo Belotti, diretor geral e CEO do Flamengo, Marcos Braz, Vítor Pereira, Rodolfo Landim e Bruno Spindel
Reinaldo Belotti, diretor geral e CEO do Flamengo, Marcos Braz, Vítor Pereira, Rodolfo Landim e Bruno Spindel -

Quando está tudo bem, os comandantes do futebol do Flamengo aparecem para entrevistas e fotos com sorrisão no rosto. Mas quando a casa cai, como os vices para o Palmeiras, na Supercopa, e para o Del Valle, pela Recopa, além do vexame de ter perdido a semi do Mundial de Clubes para o Al-Hilal - time ficou em 3º lugar -, eles abrem um buraco na terra e se escondem como um tatu ou uma toupeira cega.

O presidente Rodolfo Landim, o vice de futebol Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel apostaram alto ao optarem pela contratação do português Vítor Pereira, em 25 de novembro de 2022. Dorival Júnior, que assumiu o time após o sofrimento da torcida com o também portuga Paulo Sousa, soube, via imprensa portuguesa, que não permaneceria no comando após as conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores, levando uma pernada dos dirigentes.

Com mais essa escorregada da diretoria, que mexeu no comando técnico às vésperas de um ano que colocaria o Flamengo diante de três decisões num intervalo de 32 dias, houve consequências irreparáveis, deixando praticamente todos os rubro-negros revoltados. Com isso, a conta chegou mais cedo do que se esperava, e caríssima, como a humilhação passada no Mundial de Clubes, no Marrocos.

Contra o Del Valle, uma vergonha de um vice também incalculável, principalmente com mais de 71 mil torcedores no Maracanã, que, aliás, teve o maior público desde a reforma para a Copa de 2014, no Brasil. Além destes dirigentes e do técnico Vítor Pereira - que deve ter uma bola de cristal ou foi numa cartomante a ponto de dizer que os torcedores terão muitas alegrias neste ano (veja matéria na página 10) -, os jogadores também têm a sua culpa.

Apenas uma das 26 finalizações estufou a rede do Del Valle, e o placar de 1 a 0 garantiu no máximo prorrogação e pênaltis. Éverton Ribeiro (leia abaixo) declarou apoio, enquanto Gabigol - vivendo do passado -, cutucou com vara curta a Nação (na página 10) após sair do Maraca com mais uma medalha no pescoço de vice.