Paulo Wanderley concorre com Marco La Porta, que foi seu vice-presidente até o início deste ano. Nadador olímpico (Atlanta-1996 e Sydney-2000) e ex-presidente da Comissão do Esporte da Câmara, Luiz Lima argumenta que o atual presidente poderá ser reeleito pela segunda vez e ultrapassará o limite máximo de oito anos de mandato estabelecido pelo estatuto da entidade.
Paulo Wanderley assumiu o COB em outubro de 2017, quando Carlos Arthur Nuzman renunciou ao cargo na esteira das investigações de corrupção. Ele era vice de Nuzman, que chegou a ser preso, assumiu a presidência e se reelegeu em 2020.
Grupos de atletas alegam que o presidente infringe a Lei do Esporte, a Lei Pelé e o Estatuto do COB com uma nova eleição. Paulo Wanderley alega estar no meu primeiro mandato após um mandato-tampão e que teria direito a uma reeleição.
Neste imbróglio, o Conselho de Ética do COB já deu aval à candidatura do atual presidente e, com isso, a Comissão Eleitoral referendou a chapa que tem como vice Alberto Maciel Júnior, ex-presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD). La Porta tem como candidata a vice a medalhista olímpica de bronze Yane Marques.
Luiz Lima afirma que sua preocupação com a candidatura de Paulo Wanderley não é de natureza pessoal. "Tampouco fundamentada em críticas à atual gestão do COB, que é boa e trouxe progressos para a entidade e para os atletas brasileiros", afirma o deputado no ofício.
Segundo ele, a candidatura de Wanderley fere os princípios estabelecidos pela legislação e prejudica o exemplo de governança e responsabilidade que o COB deveria representar. "Além disso, cabe ressaltar que nos últimos dois anos o COB recebeu aproximadamente R$ 800 milhões oriundos de recursos das loterias, verba garantida pela certificação do Ministério do Esporte, fundamentada nos princípios da Lei Pelé."