O Flamengo não matou o confronto na ida e agora terá que lutar com todas as forças pela sobrevivência na Libertadores. Depois de vencer por 2 a 1 no Maracanã, o Mengão volta a enfrentar hoje o Estudiantes, na Argentina, às 21h30, em busca da classificação à semifinal. Apenas bom futebol pode não ser suficiente diante de um adversário que usa todos os meios possíveis pra levar a melhor.
O lado bom é que o Rubro-Negro só precisa do empate para se classificar, mas o cenário é perigoso. Embora tenha orçamento muito menor, o Estudiantes tem a fama de 'jogar sujo'. Seus três títulos seguidos de Liberta (1968, 69 e 70) foram repletos de polêmicas.
As conquistas dos argentinos foram marcadas, sobretudo, pela vista grossa dos árbitros nos jogos em La Plata, onde os argentinos batiam sem dó. A violência era tanta que o zagueiro Carlos Bilardo, ídolo do clube, costumava entrar em campo com um alfinete para espetar os adversários.
Bilardo, inclusive, tornou a frase "vencer a qualquer custo" um lema. Foi desse jeito que o Estudiantes conquistou o Mundial de 1968, diante do Manchester United. No ano seguinte, foi vice pro Milan, mas protagonizou uma das partidas mais violentas do futebol na Bombonera, em que três jogadores chegaram a ser presos. Em 1970, o Ajax, campeão europeu, se recusou a fazer jogos de ida e volta.
Já em 1983, pela Libertadores, um empate em 3 a 3 arrancado diante do Grêmio, com apenas sete jogadores em campo, é motivo de orgulho para o Estudiantes até hoje. Já o técnico do Tricolor na época, Valdir Espinosa, declarou que os brasileiros morreriam se vencessem o jogo.
Atualmente, não é possível usar das mesmas artimanhas. Mas não restam dúvidas: os caras vão fazer tudo que for possível pra eliminar o Fla. Cabe ao time estar pronto pra sair vencedor da batalha.

