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'Não adianta contratar se não for para resolver', afirma Mauro Galvão sobre reformulação do Botafogo

Ex-jogador do clube carioca não gostou da exposição dos atletas que se atrasaram em treinamentos

Mauro Galvão
Mauro Galvão -
Rio - Com 99% de risco de jogar a Série B na próxima temporada, o Botafogo vive uma situação crítica no Campeonato Brasileiro. Ciente disso, o Glorioso já projeta uma grande reformulação no clube e no elenco, comandada pelo novo presidente alvinegro Durcesio Mello, e por Eduardo Freeland, diretor de futebol, recém-chegado. De olho no planejamento para a próxima temporada, o Jornal Meia Hora conversou com o ex-jogador alvinegro Mauro Galvão. Ele falou sobre a sua expectativa para esse período de reformulação do Glorioso.
"Podemos avaliar o que aconteceu nesta temporada. O Botafogo contratou jogadores que não vieram para resolver. Tem que contratar jogador para somar, não resolver. Quem soma é matemático, você tem que trazer jogador para resolver. Jogadores para "ajudar" seriam jogadores da base. Trazer jogador para inchar a folha, só tira o espaço dos meninos da base. Jogador "meia boca" é a pior coisa que tem.", disse.
Além disso, o ex-zagueiro falou sobre atletas do atual elenco que podem ajudar a equipe na próxima temporada. "Eu acho que o Botafogo tem uma boa dupla de zaga, tem o Diego Cavalieri, são jogadores que o clube pode contar para a próxima temporada", opinou.
A temporada que começou em 2020 e estende até o começo de 2021 foi de muitas mudanças no comando técnico do Botafogo. Ao todo, o clube de General Severiano teve cinco técnicos. Alberto Valentim foi o primeiro, depois vieram: Paulo Autuori, Bruno Lazaroni, o argentino Ramón Diaz, que nem chegou a estrear, e agora, Eduardo Barroca que ocupa a função. Sobre a possível manutenção do treinador no comando da equipe, que ainda não está definida, Mauro Galvão afirmou que é preciso analisar melhor o cotidiano do clube carioca para saber se o trabalho está sem bem feito, ainda que os resultados dentro do campo não sejam bons.
"Só as pessoas que estão ali trabalhando com ele (Barroca) é que podem dizer se o trabalho dele é bom ou não. Treinador, ao meu modo de ver, milagre não faz. Se você não tiver uma boa equipe, não tiver jogadores que você, principalmente, indique, fica bem difícil.", afirmou o ex-zagueiro, que ainda analisou a atual temporada da equipe carioca.
"A situação do Botafogo é muito difícil. Para conseguir escapar do rebaixamento tem que muita coisa dar certo, e acho que até o próprio grupo que está lá, não tem condições de reverter este quadro. O Botafogo acabou criando muita confusão, em termos de planejamento, muitos treinadores, treinador não assume, contratações que deixam a desejar, jogadores que estão finalizando a carreira", disse.
Na preparação para o duelo contra o Palmeiras, a diretoria do Botafogo repreendeu, afastou do jogo e expôs os nomes dos jogadores que se atrasaram para os treinos da equipe. Essa atitude acabou gerando alguma polêmica e recebeu críticas do ex-presidente do clube, Carlos Eduardo Pereira. Segundo o Mauro, externar esse tipo de situação, que costuma ser resolvida internamente, mostra que o clube está desorganizado.
"Externar essas situações, que são internas, de vestiários, demonstra uma falta de organização, uma falta de comando, e isso é grave. Tem que acertar para a próxima temporada, e jogadores que não estão neste perfil têm que sair, mesmo que seja um bom jogador, se ele não tem comprometimento é melhor ir embora", concluiu. 
* Sob a supervisão de Pedro Logato