Com Gabigol, Flamengo espanta azar após artilheiros do ano anterior darem errado

Já ficou repetitivo dizer que Gabigol é o melhor atacante em atividade no país. A chegada ao Flamengo sob certa desconfiança, mesmo com o status do artilheiro do Brasileiro, tinha explicação: os rubro-negros já tinham visto esse filme antes, e o final era sempre ruim. Mas, com o atual camisa 9, a história é outra. Seria mais um milagre de Jesus?

A sina do Flamengo começou com o atacante Dimba, goleador do Brasileiro de 2003, pelo Goiás. No Rubro-Negro, foram atuações tímidas e apenas sete gols no ano seguinte. Em 2007, a aposta foi o centroavante Souza, artilheiro com o Goiás no ano anterior. Mas, apesar da identificação com a torcida — ele é rubro-negro declarado —, o Caveirão marcou apenas seis vezes no nacional. A artilharia daquela edição ficou com Josiel, do Paraná, que também foi parar na Gávea em 2008, mas só foi balançar a rede em 2009, duas vezes, e se despediu sem deixar saudade.

Talvez na mais polêmica das negociações, Henrique Dourado deixou o Fluminense depois de ser artilheiro do Brasileirão de 2017, para defender o Flamengo. Mais uma decepção. Com apenas seis gols no campeonato de 2018, foi vendido para o Henan Jyanie, da China, no início deste ano e está emprestado ao Palmeiras.
Apesar do histórico pouco favorável, Gabigol logo espantou a desconfiança ao ser artilheiro do Carioca, com nove gols. A chegada de Jorge Jesus, porém, fez o camisa 9 render ainda mais. Sob comando do ‘Mister’, foram nove gols em apenas seis jogos no Brasileiro. Ao todo, já são 14 tentos do artilheiro isolado da competição. A fase de Gabigol é tão iluminada que, ainda em setembro, ele já superou a sua melhor temporada na carreira. São 28 em 2019.

Trio Ternura, Trio de Ouro, Trio ‘BRUGAETA’. Chame do que quiser, o fato é que Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol são a pedra fundamental da ótima campanha do Flamengo no Campeonato Brasileiro. Dos 38 gols marcados pela equipe de Jorge Jesus, 29 são do trio. Se fossem um time, os três formariam o segundo melhor no campeonato: eles têm a mesma quantidade de gols do Santos.Gabigol lidera o trio com 14 gols
— é o artilheiro do Brasileirão. Depois vem Arrascaeta, com oito, e Bruno Henrique, com sete. Quando o assunto é assistência, é o uruguaio quem lidera, com sete. Gabigol tem três e Bruno Henrique um passe para gol. Dentro de campo, a sintonia é perfeita: no primeiro gol contra o Palmeiras, a bola passou por Bruno Henrique e Arrascaeta até chegar em Gabigol. No segundo, BH cruzou na cabeça de Arrasca.