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Rondinelli analisa defesa do Flamengo, elogia garotos e afirma: 'Não me adaptaria a jogar sem torcida'

Deus da Raça acredita que jovens deveriam começar a ter mais oportunidades na equipe rubro-negra

Rondinelli virou ídolo do Flamengo graças ao gol de 1978
Rondinelli virou ídolo do Flamengo graças ao gol de 1978 -
Rio - Zagueiro histórico do Flamengo, Rondinelli analisou o momento vivido atualmente pela equipe rubro-negra. Em entrevista exclusiva ao Jornal O Dia, o Deus da Raça falou sobre o trabalho do técnico Domènec Torrent e o que tem achado do desempenho da equipe carioca.
"É complicado. O campeonato está sem torcida e ele ainda precisa tentar se programar para os três campeonatos que o Flamengo disputa. A pandemia também dificulta muito, ele acabou perdendo muitos atletas e isso prejudica o trabalho. Mas os jogadores que ele tem no Flamengo podem fazer a diferença, independente de tempo ou não pra treinar. Cabe a ele fazer o time desempenhar dentro de campo o papel que a torcida exige, por conta de todo investimento que se fez por um plantel de alto nível. Tem que haver cobrança sim se os jogadores tiverem em condições", disse o ex-jogador
Ainda sobre a pandemia da Covid-19, Rondinelli disse que, em sua época, teria dificuldades se precisasse jogar com os estádios vazios.
"Jogar sem torcida seria uma coisa que eu não me adaptaria. Acho que ninguém da minha geração aceitaria jogar sem a energia que o torcedor te passa. Um dos maiores motivos para você poder se empenhar e realizar o melhor é o torcedor. A torcida sempre será o 12º jogador", afirmou.
Questionado sobre os garotos que tem feito sucesso no time do Flamengo, o ex-zagueiro se mostrou otimista com a nova geração, mas chamou atenção sobre a dificuldade de manter os jovens por um longo período.
"Eu vejo muita qualidade na base. Tem o Hugo, que é uma grande conquista do Flamengo e tem demonstrado isso, Thuler, Noga, Natan... esses jogadores já passaram pela prova mais difícil de atuar no time profissional e deram conta. Mas temos que ter consciência de que é por pouco tempo. Hoje, o futebol é um balcão de negócios. É só você pegar exemplos que recentes no Flamengo. Paquetá, Vinícius Júnior, Vizeu, Léo Duarte... hoje, infelizmente, o jogador não fica mais do que dois anos. Mas se pudermos dar oportunidade, até por eles já terem o hábito de saber o que é enfrentar essa pressão de torcida e eles souberem administrar isso, tem que deixar jogar. Eles sabem o que é Flamengo. Alguns estão lá desde os 12 anos", declarou.
Especialista na posição, o Deus da Raça elogiou o desempenho de Natan entre os profissionais e disse acreditar que o jovem ainda tem muito a evoluir.
"O Natan é uma promessa. Tem um baita potencial. Eu tive a oportunidade de vê-lo uma vez na Gávea e dava gosto de assistir ele jogando. Quando o jogador sai da base e se junta aos profissionais, ele sabe do peso que é. Esses garotos vão ter muito a evoluir, principalmente por conta de tudo aquilo que já proporcionaram na base. Ele e o Noga têm muita qualidade. Poderiam colocar os dois na zaga, já que o Rodrigo Caio está com problema de contusão. Eles possuem sintonia e ajudaria muito uma sequência de jogos."
Rondinelli também falou sobre Gustavo Henrique, que teve atuação muito ruim na goleada sofrida pelo São Paulo, por 4 a 1, no último domingo. Apesar de ressaltar a qualidade do defensor, ele afirmou que os erros cometidos foram primários.
"É decepcionante você ver um zagueiro do nível do Gustavo Henrique com erros primários. O lance do pênalti que ele fez contra o São Paulo é primário, coisa de pelada. Ele poderia ter antecipado aquela bola. O zagueiro precisa ter tempo de bola, fazer a leitura da jogada, estar ligado o tempo todo nos atacantes. A leitura dele foi péssima no pênalti e no gol que ele falhou também. Um jogador consagrado, que já defendeu o Santos, não pode cometer esses erros. Não pode ter esse tipo de erro infantil", concluiu.
O Flamengo volta a campo no próximo domingo, às 18h15, contra o Atlético-MG, no Mineirão. O duelo será de extrema importância, já que o Rubro-Negro está na segunda colocação, com 35 pontos, seguido do Galo, com 32.