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Menino sorriso! Conheça a história de Max, herói na vitória do Flamengo sobre o Nova Iguaçu

Meia fez um golaço na estreia rubro-negra no Carioca; empresário e antigo treinador destrincham quem é o garoto de apenas 19 anos

Max é uma das grandes promessas das divisões de base do Flamengo
Max é uma das grandes promessas das divisões de base do Flamengo -
O Flamengo fez sua estreia no Cariocão 2021 na noite da última terça-feira. Uma vitória magra, por 1 a 0, sobre o Nova Iguaçu, com um golaço no último lance protagonizado por Max, um dos muitos garotos que atuaram na partida. Mas quem é o jovem mineiro de apenas 19 anos que levou alegria a milhões de Rubro-Negros?
Natural de Juiz de Fora, em Minas Gerais, Max tem uma história de vida que se assemelha, infelizmente, a muitos brasileiros. De origem humilde, passou por muitas dificuldades financeiras com a família, viu, aos 13 anos, seu pai falecer, vítima de infarto, e passou por muitas necessidades. Mas agora, como um bom mineiro, Max vem “comendo pelas beiradas” e tenta uma chance para se firmar no Flamengo.
Muito tímido, Max começou sua carreira no futebol de base em Juiz de Fora no Instituto Dom Orione, projeto social que atende comunidades da região da Cidade Alta. No instituto, o meia treinou junto com seus irmãos em campo de terra batido que nem sequer tinha traves. Foi então que aos 11 anos ele teve a oportunidade de atuar no futsal do Sesi de Juiz de Fora e foi lá que, apesar da timidez, mas com um grande coração e sorriso, ganhou o apelido de “Menino Sorriso”.
Aos 13 anos, foi parar no São Bernardo Futsal, onde foi finalista de todas as competições que disputou. Max ficou conhecido por chamar a responsabilidade nas horas difíceis e ser muito decisivo. Voltando ao futebol de campo, Max estava no A.M.D.H, hoje conhecido com Betim Futebol, quando Régis, seu atual empresário, conheceu-o por acaso. O meia tinha 16 anos na época. Procurado pela reportagem, Régis Oliveira falou sobre sua relação com o jogador.
“Já tem um tempo que a gente está junto. Conheci ele com 16 anos e me encantei com o futebol dele. Eu tinha ido ver um outro jogador meu e acabou que ele arrebentou no jogo. Quando fui ver, ele era da minha cidade e do bairro ao lado do meu. Entrei em contato com ele e fiz uma proposta pra ele vir trabalhar comigo, que a gente faria de tudo pra poder ajudá-lo e colocá-lo no caminho certo. Nós ficamos amigos e desde então, tive o Max como um filho”, contou Régis.
Foi então que, em 2018, Régis levou Max para o Tupi, time tradicional da cidade de Juiz de Fora. Pelo clube, disputou o Campeonato Mineiro e foi considerado por toda a cidade como uma promessa local. Mesmo vivendo uma realidade difícil, o meia se destacava nos treinos pelo seu foco e compromisso. Durante a Copa Alterosa, competição local, Max vestiu a camisa 10 da equipe e foi vice-campeão, sob a tutela do treinador Wesley Assis.
O técnico conversou com a reportagem e falou sobre a evolução do jogador e a relação com os atletas mais velhos nesses dois anos vestindo a camisa do Tupi.
“A gente conseguiu a vaga pra jogar o Campeonato Mineiro e ele no primeiro ano de juniores estava em um grupo muito forte, de atletas de 1999 (Max nasceu em 2001) com muita bagagem e qualidade. Ele começou a se destacar muito no treino, com muita qualidade e mais maduro. Os meninos começaram a respeitá-lo, tanto pela parte técnica quanto pela vontade de vencer, e ele conseguia trazer todo mundo para o lado com o afeto que ele tinha com as pessoas. Os meninos o acolheram da melhor forma possível”, relatou.
Por jogar com jogadores mais velhos e com mais bagagem, Max cresceu e foi titular em jogos do Mineiro, fez gols e conseguiu chegar ao quarto lugar da competição, algo inédito para o clube de Juiz de Fora. No mesmo ano, conquistaram o Campeonato Mineiro do Interior. O título deu a oportunidade para que o clube disputasse a Copa São Paulo de Juniores, o que iria mudar pra sempre a vida do jovem mineiro e Wesley parecia já saber que isso aconteceria.
“A gente sempre falou com ele que o momento dele iria chegar. E na Copa São Paulo houve esse processo de diálogo, de mostrar pra ele que esse era o momento da vida dele. Na partida contra o Athletico-PR ele iniciou de meia, passou pra primeiro volante e no final do jogo ele jogou aberto pelo lado. Com todo o mérito para o talento dele, a versatilidade, esse amadurecimento, a gente sabia que ele iria deslanchar”, revelou.
E deslanchou. Após a Copinha, chegou ao Flamengo em 2020. Tendo que se adaptar à nova realidade, em uma nova cidade, em um clube grande, a vontade de vencer teve que superar a timidez para que conquistasse seu espaço. Durante o ano foi se firmando como titular do Sub-20 e agora tem o Carioca para achar seu espaço no profissional.
Situação Contratual com o Flamengo
Antes do Flamengo, Max havia despertado interesse de Bahia, Ceará, Fortaleza e até o rival carioca, Fluminense. Atualmente, o Rubro-Negro tem 60% dos direitos econômicos do atleta e o contrato vai até o fim de 2023.
Max é uma das grandes promessas das divisões de base do Flamengo Reprodução/Twitter
Time do Flamengo comemorar junto o gol de Max Divulgação/Flamengo
Max enquanto jogava pelo Tupi Reprodução
Jogadores do Flamengo festejam o gol de Max na vitória sobre o Nova Iguaçu Marcelo Cortes / Flamengo
Max enquanto atuava pelo A.M.D.H Divulgação
Max chora ao comemorar gol da vitória Divulgação/Flamengo
Jogadores comemorarm a vitória Divulgação/Flamengo
Max em ação contra o Coimbra, nas quartas do Estadual Reprodução
Max atuou pelo São Bernardo Futsal entre 2013 e 2018 Reprodução
Mauricio Souza substitui Rogério Ceni no comando do Fla no início do Carioca Marcelo Cortes / Flamengo
Max ganhou destaque depois do golaço na vitória do Flamengo sobre o Nova Iguaçu Alexandre Vidal/Flamengo/Divulgação