Discussão de jornalistas sobre pronúncia de nome de jogador do Flamengo vira ação na Justiça; entenda

Discussão de jornalistas sobre pronúncia de nome de jogador do Flamengo vira ação na Justiça; entenda
Discussão de jornalistas sobre pronúncia de nome de jogador do Flamengo vira ação na Justiça; entenda -

O Flamengo foi ponto central de debate entre jornalistas e que ocasionou mútuos processos na Justiça. Pedro Henrique Torre, profissional de comunicação que atua na ESPN, e Virtudes Sánchez tiveram discussão acalorada sobre a pronúncia correta do sobrenome do meio-campista Saúl, que é Ñíguez. Assim, houve alegações de práticas irregulares de ambos os lados que deram início a ações judiciais.

No caso, Virtudes produziu um vídeo e publicou com o intuito de ensinar a forma correta de se pronunciar Ñíguez. A atitude causou a revolta no comunicador e funcionário da ESPN, que disparou:

“É Saúl. Vai ficar Saúl. Pronto. É igual a “Dejan Petkovic”. É Pétkovic, Pêtkovic, Petkóvic? Virou PÉTI e ficou na história. Mania elitista besta que arquibancada tem de ser concursada em linguística”, argumentou Pedro Henrique Torre.

Caso indireto com jogador do Flamengo não tem vencedor

Portanto, neste cenário e a viralização do caso, ambos fizeram acusações um ao outro. O jornalista que atua na ESPN também decidiu bloquear a colega de profissão nas rede sociais. Pedro Henrique Torre entrou com ação em que pedia a condenação da companheira de jornalismo por danos morais. Já Virtudes processou o também comunicador com a alegação de que ele cometeu machismo e xenofobia.

A juíza que ficou responsável pelo caso anunciou a sentença, na última sexta-feira (05/12), e nenhuma das denúncias a convenceu.

Ou seja, a autoridade de Justiça não aplicou as condenações a Pedro Henrique Torre de machismo e xenofobia e nem a Virtudes por danos morais. Vale ressaltar que ainda cabe recurso da definição para ambos os lados.

Jornalista estrangeira se manifesta

Posteriormente, Virtudes se posicionou através de nota, confira:

Hoje, após semanas de muita angústia, ansiedade e profunda decepção, a Justiça brasileira ficou do meu lado em um caso muito doloroso para mim.

No dia 23 de julho, atendendo ao pedido de seguidores, publiquei um vídeo explicando a pronúncia correta do nome de Saúl Ñíguez, jogador espanhol do Flamengo.

O vídeo viralizou e, por incomodar um colega jornalista, fui atacada publicamente de forma humilhante e xenófoba, sendo chamada de “colonizadora”. Esse mesmo colega me processou exigindo R$ 10 mil por “danos morais”, apenas porque eu me recusei a aceitar o assédio em silêncio.

Fui obrigada a me defender em um processo difícil, sendo ré num país que amo e onde, como espanhola, sempre busquei trabalhar e viver com respeito, inclusive com todos os colegas de profissão. Sem rede de apoio e sem família.

Apresentei uma denúncia na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio de Janeiro por injúria e discriminação por motivo de origem, uma conduta que a lei brasileira equipara ao crime de racismo. Aguardo com paciência a resolução do Ministério Público.

Até hoje, não sei se ele agiu por iniciativa própria ou se contou com o apoio de pessoas ou instituições mais poderosas. Mas sei que o objetivo era um só: me silenciar. E isso não aconteceu. A decisão da juíza confirma que a verdade e a justiça prevalecem e que não vão nos calar.

Agradeço profundamente a todas as pessoas que me apoiaram, e muito especialmente aos torcedores do Flamengo. Juntos, mais uma vez!

Minha história no maior clube do Brasil e da América, primeiro como correspondente e depois como assessora, me ensinou que nós sim somos uma Nação: união, não divisão; respeito, não preconceito; justiça, não discriminação.”

Resposta de Pedro a um seguidor e que o motivou a entrar com o processo:

“Quando alguém te acusa de covarde, machista e insinua que vc está empregado por ter feito favores, a maneira é buscar a Justiça”, destacou.

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