Irã e Egito discordam da ideia de oferecer jogo da Copa de 2026 à comunidade LGBTQIA+

Irã e Egito discordam da ideia de oferecer jogo da Copa de 2026 à comunidade LGBTQIA+
Irã e Egito discordam da ideia de oferecer jogo da Copa de 2026 à comunidade LGBTQIA+ -

O Egito e o Irã não concordaram em oferecer o jogo entre as seleções na fase de grupos da Copa do Mundo de 2026 à comunidade LGBTQIA+. A Fifa, organizadora do principal torneio de seleções, sugeriu a proposta. Inclusive, antes mesmo da definição de cada grupo, a entidade queria que o jogo em Seattle recebesse a alcunha de “Pride Gaming” (Jogo do Orgulho na tradução para o português), de acordo com informação de diversos veículos de imprensa.

Afinal, a cidade norte-americana contém uma representativa comunidade da classe LGBTQIA+. Deste modo, Mehdi Taj, presidente da Federação Iraniana de Futebol (FFIRI), manifestou-se contrário à recomendação da Fifa, que a agência de notícias “Isna” repercutiu.

“ É uma decisão irracional que favorece a um grupo em particular. Nós (Irã) e o Egito nos opomos a essa decisão”, frisou o mandatário.

A televisão estatal iraniana sinalizou que fará reclamação da escolha junto à entidade máxima do futebol. Segundo a lei islâmica (sharia), no Irã não há a permissão para relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Por sinal, em algumas situações pode haver a punição com aplicação de pena de morte.

Egito usa estatuto da Fifa a seu favor

Além disso, a Associação Egípcia de Futebol (EFA) também frisou que descartava qualquer iniciativa ligada a um incentivo à comunidade LGBTQIA+ no decorrer do duelo. No caso, a entidade que administra o futebol iraniano enviou uma carta oficial ao secretário-geral da Fifa, Mattias Grafstrom, e frisou que sua decisão são em “termos absolutos”.

Não há um impedimento oficial no Egito para o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto, há um costume de punir tais práticas com base em leis criadas de maneira subjetiva que alegam a proibição da “depravação”.

Portanto, a EFA se apoia nos estatutos da Fifa, que destacam a sua neutralidade política e social. Com isso, a entidade egípcia de futebol argumenta que as partidas não devem ter como utilidade a promoção de causas “sensíveis ou controversas”.

Rivalidade entre Irã e Estados Unidos

O Irã confirmou sua classificação para a Copa do Mundo de 2026 em março. A presença no torneio marcará sua sétima participação em edições do Mundial. Inclusive, pelo fato de o torneio do próximo ano ter Canadá, Estados Unidos e México como sedes, o país do Oriente Médio ameaçou um boicote de sua participação no sorteio da fase de grupos. Afinal, um dos anfitriões representa um rival político.

O Irã e os EUA já estiveram do mesmo lado, mas não conservam relações diplomáticas desde 1980. Na oportunidade, após a Revolução Islâmica, cidadãos do país árabe invadiram a embaixada americana em Teerã e fizeram alguns reféns.

O Irã indicava que não participaria do sorteio da fase de grupos, na última sexta-feira (05), porque os Estados Unidos não aceitaram conceder vistos a membros de sua delegação. Deste modo, o representante do país foi o técnico Amir Ghalenoei. Além de “uma ou duas pessoas a mais”, ressaltou um porta-voz da federação iraniana.

Egito e Irã integram o Grupo G da Copa do Mundo de 2026 ao lado de Bélgica e Nova Zelândia.

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