Protestos e tensão marcam reunião do Conselho do São Paulo sobre orçamento de 2026

Protestos e tensão marcam reunião do Conselho do São Paulo sobre orçamento de 2026
Protestos e tensão marcam reunião do Conselho do São Paulo sobre orçamento de 2026 -

O Conselho Deliberativo do São Paulo se reuniu na noite desta quarta-feira (17/12), de forma presencial no Morumbis e também virtualmente, para analisar a proposta orçamentária do clube para a temporada de 2026. O encontro, no entanto, foi marcado por clima tenso, protestos de torcedores e a presença de policiais para garantir a segurança no local.

Enquanto os conselheiros discutiam as contas previstas para o próximo ano, um grupo de torcedores se concentrou na entrada do salão onde ocorrem as reuniões do Conselho para manifestar insatisfação com a atual gestão. O protesto aconteceu dois dias após a revelação de um esquema de exploração clandestina de camarote durante shows no estádio, caso que envolve os diretores Douglas Schwartzmann e Mara Casares.

Diante do cenário, o São Paulo solicitou apoio da Polícia Militar para evitar tumultos. Apesar da mobilização do lado de fora, a reunião transcorreu sem registros de confronto, e os trabalhos seguiram normalmente no interior do Morumbis.

Durante o encontro, alguns conselheiros tentaram levantar discussões relacionadas ao caso do camarote. Contudo, foram advertidos pela mesa diretora, sob a justificativa de que o tema não constava na pauta oficial da noite.

A proposta orçamentária do São Paulo

O foco principal da reunião foi a proposta orçamentária de 2026, que projeta receitas de R$ 931,8 milhões, sendo cerca de R$ 180 milhões provenientes de negociações de atletas. As despesas previstas somam R$ 893,8 milhões, com R$ 542,89 milhões destinados exclusivamente ao futebol. Com isso, a diretoria trabalha com a expectativa de um superávit aproximado de R$ 37,9 milhões no próximo exercício.

Um dos pontos que gerou maior discordância entre os conselheiros foi a previsão de gasto de R$ 3,5 milhões com a tradicional festa junina do clube. Valor considerado elevado por parte dos presentes.

Agora, os membros do Conselho Deliberativo têm até as próximas horas para votar a favor ou contra a proposta. A consolidação do resultado está prevista para esta quinta-feira (18/12), às 17h.

Clima quente e pressão política

Além dos protestos externos, o ambiente interno da reunião também acabou sendo marcado por discussões acaloradas e troca de acusações entre conselheiros. Afinal, o encontro, que deveria se restringir à análise orçamentária, acabou refletindo o momento de instabilidade vivido pelo clube.

O presidente Julio Casares chamou atenção pela postura discreta ao longo da reunião. Visivelmente abatido, acompanhou grande parte dos debates em silêncio e só se manifestou quando questionado diretamente. Conselheiros relataram que o dirigente permaneceu boa parte do tempo mexendo no celular. Embora estivesse previsto para discursar na tribuna, acabou abrindo mão da fala com o encerramento antecipado do encontro.

Aliás, nos bastidores, a avaliação é de que o comportamento do presidente reflete a pressão crescente sobre a atual gestão, intensificada pelos recentes desdobramentos envolvendo a administração do Morumbis e os questionamentos políticos dentro do clube.

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