O volante Marlon Freitas, campeão brasileiro e da Libertadores em 2024, pegou todo mundo no contrapé ao decidir abandonar sua história no Botafogo para jogar pelo Palmeiras. Após algumas reflexões com os nossos desgastados botões, a coluna, enfim, trará duas visões sobre o principal assunto da semana passada. Antes de tudo, este espaço, ao contrário dos palpiteiros da imprensa do 7 a 1, não camufla suas paixões. Confira abaixo as distintas percepções!
EMOCIONAL
A transferência do volante para o Palmeiras é inaceitável e um golpe duríssimo no botafoguismo. E seria ainda pior se ele fosse para o Fluminense, conforme quase aconteceu. Há três semanas, Freitas colocou que não seria nada sem o Botafogo e fez juras de amor inalcançáveis ao clube carioca. No mesmo período, o Mais Tradicional usou imagens exclusivas do cabeça de área em um documentário sobre 2024. As palavras evaporaram quando o vil metal falou mais alto para o jogador. Ou seja, quem considera uma traição não está errado.
Com discursos inflamados, Freitas era o principal estandarte do Botafogo atual e forte sinônimo de um renascer das cinzas. Tanto que o seu nome estampava a camisa de um número considerável de torcedores que o tinham como ídolo. No início do ano, estes mesmos escolhidos, através de uma votação, colocaram o futebolista no bandeirão de ídolos do Glorioso, ao lado de Didi, Quarentinha, Nilton Santos, Heleno de Freitas, Túlio Maravilha, Carlito Rocha e Garrincha. Mas ele pediu para sair do Mais Tradicional e, agora, vestirá a camisa do principal antagonista em 2023/2024. Uma decepção descomunal.
Jesus, Gregore e Cuiabano deixaram o clube e mantiveram o carinho intacto. Freitas faria o mesmo se fosse para o Inter Miami, brindar Messi com suas enfiadas e visão de jogo. Mas costurou muito mal a saída e tem a imagem arranhada. Qualquer palavra sobre o Botafogo soará mais falsa do que nota de três reais.
RACIONAL
O Botafogo pode ter feito um excelente negócio ao liberar Freitas. O clube arrecadará 6 milhões de dólares (R$ 33,2 milhões) por um jogador de 30 anos superestimado e que apresentou falhas em momentos cruciais da temporada. O camisa 17 foi, por exemplo, facilmente driblado por Paulinho na derrota para o Palmeiras por 1 a 0, score que tirou o Glorioso do Super Mundial da Fifa, nas oitavas de final daquele torneio. Um pouco mais de um mês depois, ele chegou atrasado no primeiro gol da LDU e provocou o pênalti da eliminação do Alvinegro na Copa Libertadores, no encontro de volta das oitavas, em Quito.
Por figurar como uma liderança inquestionável no vestiário do Botafogo, muitas vezes alguns defeitos do jogador passaram longe das retinas da crônica esportiva. A própria torcida passou pano por entender que o volante tinha crédito. Embora seja especialista em lançamentos e um bom passador, Freitas tem uma nítida deficiência na marcação e peca demasiadamente na finalização.
Além de tudo isso, o estilo de jogo do capitão talvez não case com a forma pela qual o técnico Martín Anselmi desenha a equipe. Tanto que o treinador rosarino já pediu ao clube para ir atrás de Medina, do Estudiantes, jogador com mais recurso técnico do que o reforço do Palmeiras.
*Esta coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10.
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