A Justiça concedeu ontem mais três mandados de prisão contra curadores do Jogo Baleia Azul, que tenta induzir, pela internet, crianças e adolescentes, com idades entre 9 e 15 anos, ao suicídio por meio de 50 desafios. Os suspeitos de aliciar vítimas para participar do desafio foram identificados como Letícia Camuci Evaristo, Rodrigo Herllan Lima Souza e Emily Eduarda Cava Leite. O pedido foi feito pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). No Rio Grande do Sul, foi apreendido um menor suspeito do ato infracional análogo ao crime de pedofilia. Na terça-feira, quando foi deflagrada a Operação Aquariu, o pedreiro Matheus Moura da Silva, de 23 anos, foi preso em casa, na Baixada Fluminense, acusado de ser um dos curadores.
De acordo com a delegada Daniela Terra, titular da DRCI e responsável pelas investigações, é investigada se existe uma relação entre os incentivadores do Baleia Azul e uma rede de pedofilia. Em depoimento, Matheus confessou ser um dos curadores do jogo no Brasil e afirmou ter aliciado 30 pessoas. Além disso, o suspeito revelou que há outros cinco curadores agindo no Estado do Rio de Janeiro.
"Vamos analisar o material apreendido em todos os estados, pois podem surgir novas vítimas e curadores", disse a delegada Daniela Terra.
A investigação que culminou na Operação Aquarius começou em janeiro, antes mesmo que qualquer vítima prestasse queixa. Investigadores se infiltraram em comunidades de redes sociais suspeitas de incentivarem a participação no Jogo Baleia Azul e identificaram Matheus, na Baixada.
Após representação da delegada, a Justiça autorizou que a multa diária a ser executada contra o Facebook, avaliada em R$ 2 milhões, seja revertida à DRCI. Isto porque um dos acessos iniciais ao jogo era feito por páginas da rede social.