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Policial militar atira e mata inocente em Caxias

Costureira levou tiro de fuzil porque carro deu um 'tranco' durante a abordagem

Carlos Alberto estava inconsol�vel com a morte da mulher, V�nia Lopes, na Baixada Fluminense
Carlos Alberto estava inconsol�vel com a morte da mulher, V�nia Lopes, na Baixada Fluminense - Severino Silva

Uma a��o desastrada da PM deixou mais uma fam�lia em peda�os e ceifou a vida de uma inocente, na Baixada Fluminense. A costureira V�nia Silva Tib�rcio Lopes, de 36 anos, foi atingida por um tiro no pesco�o, disparado por um cabo do 15� BPM (Duque de Caxias), no bairro Gramacho, em Duque de Caxias. Ela a teve a morte cerebral confirmada ontem pela equipe do Programa Estadual de Transplantes, no Hospital Municipal Dr. Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, para onde foi levada.

V�nia estava no banco do carona do carro dirigido por seu marido, Carlos Alberto Lopes J�nior. O casal havia sa�do de casa, em Belford Roxo, e seguia para Duque de Caxias para passar a noite na casa da sogra da v�tima. O objetivo era ficar mais perto do posto do Detran, onde iriam verificar a situa��o do ve�culo. O carro havia sido roubado em abril e recuperado logo depois, mas n�o foi dada a baixa no registro de furto no sistema da pol�cia.

Segundo Carlos Alberto Lopes, uma viatura da PM estava seguindo o carro desde uma rua pr�xima � casa do casal e atirou sem realizar abordagem. "Em momento nenhum os policiais pediram para parar. N�o tinha blitz. Uma outra viatura j� chegou me fechando, apontando a arma. Eu coloquei a m�o na cabe�a e pedi calma. O carro deu um tranco porque o meu p� saiu da embreagem quando atiraram pela primeira vez. N�o tentei fugir porque n�o recebi ordem de parada", completou.

PM pediu perd�o

O marido da costureira tamb�m contou que o policial que efetuou o disparo chegou at� a pedir desculpas. "Ele falava: 'Amigo, me perdoa, me perdoa, eu sou pai, tenho filho, eu n�o quero mais ficar na rua, eu n�o sou mal, foi uma fatalidade'. Eu respondi: 'Tudo bem, mas o seu filho vai estar com a m�e, e os meus?", desabafou. Atirar em caso de fuga contraria norma da PM, de novembro de 2015, que pro�be disparos para evitar fugas de suspeitos.

Homic�dio doloso

Segundo o delegado Daniel Rosa, da Delegacia de Homic�dios da Baixada (DHBF), o PM que atirou responder� por homic�dio doloso (quando h� inten��o de matar). "Desde o in�cio fomos ao local do fato, ao hospital e j� ouvimos cinco testemunhas. Apreendi as armas de todos os envolvidos. Vamos fazer uma reprodu��o simulada", disse o delegado. A PM afirmou que a Corregedoria da corpora��o acompanha o caso.

Pol�cia diz que agentes eram capacitados

A Pol�cia Militar afirmou em nota que os policiais "estavam capacitados" e que foram induzidos a "achar que se tratava de uma tentativa de fuga", quando o carro arrancou ap�s o marido da v�tima desembarcar com o ve�culo engrenado. "Vale ressaltar que os policiais que participavam da blitz cursaram recentemente Est�gio de Aplica��es T�ticas, aprimoramento t�cnico ministrado pelo Comando de Opera��es Especiais da Pol�cia Militar. Portanto, estavam capacitados para cumprir miss�es em blitz, mesmo em condi��es adversas", acrescentou.

O marido de V�nia contesta a vers�o e chama a PM de "mentirosa". Segundo ele, n�o houve abordagem em blitz, e, al�m de tudo, havia um documento que provava que o carro n�o era roubado. "Eles viram no sistema que o carro era roubado e fizeram isso. Por que eles n�o me pediram o documento? Ele veriam que o carro n�o era roubado", desabafou.

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