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Muleta não é fuzil

PM teria confundido e ferido inocente por engano

Sítio em que Pedro Paulo (D) se escondia após a morte de Karina (E) -

O confronto de agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Nova Brasília e Fazendinha com criminosos no Complexo do Alemão na quinta-feira teve um PM, um suspeito e um morador feridos. Na página do Facebook Voz das Comunidades, vizinhos do morador ferido na cabeça por estilhaços de bala acusam policiais de terem confundido a muleta que ele usa, devido à necessidades especiais, com uma arma.

O morador atingido, que trabalha em uma barbearia, não quis dar entrevista. Em nota, a PM disse que a UPP foi informada que um homem com necessidades especiais deu entrada na UPA na tarde de quinta-feira, por meios próprios. A corporação, no entanto, não deu explicações sobre o caso.

Um suspeito deu entrada no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Policiais que participaram da operação na comunidade o reconheceram como um dos criminosos que atacaram a base da unidade. O suspeito está sob custódia no hospital. Já o PM se feriu com estilhaços, sem gravidade.

Há registros de casos de engano policial. Em setembro, Rodrigo Alexandre da Silva Serrano, de 26 anos, foi atingido por três tiros no Chapéu Mangueira, na Zona Sul, pois o guarda-chuva dele foi confundido com um fuzil, segundo familiares. Em 2015, Thiago Dingo Guimarães, de 24 anos, e Jorge Lucas Martins Paes, de 17, morreram após um PM confundir o macaco hidráulico que eles carregavam numa moto, na Pavuna, Zona Norte. Já em 2010, na favela do Andaraí, também na Zona Norte, um PM matou Hélio Ribeiro, de 46 anos, ao confundir uma furadeira com uma arma.