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Uma tragédia muito difícil de entender

Família de PM morto por militares busca explicações e contesta versão do Exército

Parentes, amigos e colegas de farda se despediram de Diogo no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap
Parentes, amigos e colegas de farda se despediram de Diogo no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap -

Foram sepultados ontem no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, os corpos do soldado Diogo Gama Alves Mota, de 35 anos, e do sargento Fábio Correa, de 45 anos. Os dois policiais militares foram mortos na quarta-feira e enterrados a poucos metros de distância.

O soldado Diogo Gama Alves Motta, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Andaraí, na Zona Norte, teria furado bloqueio do Exército, parte de uma megaoperação em 18 comunidades, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O carro do PM foi atingido por mais de 30 tiros.

O pai de Diogo, Gilmar Motta, não compreende o que aconteceu com o filho naquela madrugada. "Ele deve ter confundido a blitz com uma ação de traficantes que dominam a área onde ele foi morto. Diogo era um militar, não seria capaz de passar por um bloqueio do Exército", afirmou.

As investigações sobre a morte do soldado estão a cargo do Comando Militar do Leste (CML). A Delegacia de Homicídios (DH) abriu inquérito, mas a investigação cabe à Justiça Militar, pois o incidente aconteceu durante operação militar.

Segundo o CML, o policial não teria obedecido à ordem de parar no bloqueio e, além disso, teria efetuado disparos contra os militares. A versão, no entanto, é contestada pela família. "Por que ele não iria parar na blitz do Exército? Não havia nada que identificasse que era uma operação do Exército", disse o pai do soldado.