Rio - É comum que determinados padrões de beleza surjam na sociedade, determinando o que deve ou não ser seguido pela população. Para quebrar essa "ditadura da beleza", 17 mulheres se reunirão na 3ª Edição do Concurso Miss Plus Size Nacional, que vai acontecer neste sábado, na Casa dos Advogados, no Centro do Rio, próximo à Lapa, lugar onde a característica principal é a pluralidade de gente e jeitos.
As representantes de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Maro Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte e do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e, claro, Rio de Janeiro foram as vencedoras das etapas estaduais e, agora, disputam o título nacional. A eleita receberá R$ 6 mil, mas a premiação vai além do dinheiro: o concurso tem valor social para as meninas.
"Sempre gostei de tudo o que tivesse a ver com moda e mulher. Depois que criei meu Instagram, meninas do Brasil inteiro me mandam mensagens agradecendo por passar essa autoestima. Pedem dicas de moda e até onde comprar as roupas. É muito bacana porque eu vejo que as mulheres são muito carentes em relação a isso", analisa a Miss Santa Catarina, Paloma Andrade.
Elas têm entre 18 e 45 anos e vestem manequim acima ou igual a 44. Para o criador do concurso, Eduardo Araúju, os números são mera formalidade. "Não é a idade, o tamanho do corpo. São elas, é a postura, a dignidade, como vão enfrentar a passarela... São todas vencedoras. Elas vêm mostrar para outras mulheres que podem ser miss, independentemente da cor, do manequim. É uma questão de empoderamento. Vieram mostrar que juntas são mais fortes", explica.
O concurso é a representação de um segmento que busca seu espaço para mostrar que a beleza não tem medida certa. "Fundamental é ser quem você quer ser. Quer fazer dieta? Faz. O importante é ser feliz".
Críticas ignoradas
Nem tudo, porém, é belo na vida de uma miss. Em meio às respostas positivas das seguidoras nas redes sociais, algumas pessoas criticam o trabalho que as meninas fazem, insistindo na ideia de que elas precisam perder peso. "É mais fácil estar em casa, se sentindo inferior, estranho e acovardado. Quando você faz o diferente, as pessoas não aceitam. Muitas vezes isso é o reflexo do que está errado com elas mesmas", rebate a Miss Rio Grande do Norte, Maria Clara Cruz.
E até mesmo a evidente beleza de Paloma Andrade, representante de Santa Catarina, parece ser ignorada neste ambiente onde as críticas são fora de qualquer medida: "No meu Instagram, tenho várias pessoas da área fitness me seguindo e mandando mensagens. Elas me veem como um desafio para me fazer emagrecer. Já até li 'Eu vou deixar você linda'. O que mais querem é mostrar nosso antes e depois. Essas coisas são muito agressivas, precisamos lutar diariamente com o nosso psicológico, porque nada disso pode nos derrubar".