'O governador Luiz Fernando de Souza (Pezão) deu continuidade aos crimes praticados pela Orcrim (organização criminosa) liderada por Cabral e desenvolveu esquema autônomo de corrupção, desvio de dinheiro e outros crimes correlatos". A acusação está destacada em negrito no decreto de prisão do governador do Rio, assinado pelo ministro Félix Fischer do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com o decreto, as provas que comprometem Pezão "são robustas". Uma delas é a delação premiada de Carlos Miranda, apontado como operador financeiro de Cabral, e que ganhou o benefício de cumprir a pena de dois anos em prisão domiciliar. Miranda saiu da prisão para casa há duas semanas.
Segundo Bezerra, Pezão tinha cinco codinomes na planilha de propina da quadrilha: Big Foot, Pé, Pezona, Cindi e Cinderela, que receberam pagamentos, entre 2012 e 2014, que somaram R$2,2 milhões. Entre junho de 2014 e junho de 2015, Pezão teria recebido R$ 11,4 milhões da Fetranspor.
Além do governador, foram decretadas as prisões de seus secretários José Iran Peixoto Júnior (Obras) e Affonso Henriques Monnerat (Governo, que já estava preso); do suposto operador financeiro de Pezão, Marcelo Santos Amorim, o Marcelinho, casado com uma sobrinha da esposa de Pezão; de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luisinho, servidor do estado, que também recolhia dinheiro para Pezão; e dos empresários Cláudio Fernandes Vidal, Luís Alberto Gomes Gonçalves, e dos irmãos Luís Fernando e Cesar Augusto Craveiro de Amorim.