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Vale busca razões para acidente em Brumadinho

Segundo a mineradora, a Barragem I da Mina Córrego do Feijão tinha como finalidade a disposição de rejeitos provenientes da produção

Presidente da Vale, Fabio Schvartsman, durante pronunciamento divulgado nas redes sociais
Presidente da Vale, Fabio Schvartsman, durante pronunciamento divulgado nas redes sociais -

Minas Gerais - A Vale informou em nota que está buscando a razão do rompimento de uma barragem de resíduos em Brumadinho (MG), ocorrida ontem. Segundo a mineradora, a Barragem I da Mina Córrego do Feijão tinha como finalidade a disposição de rejeitos provenientes da produção. Ela estava inativa (não recebia rejeitos), não tinha a presença de lago e não existia nenhum outro tipo de atividade operacional em andamento. No momento, encontrava-se em desenvolvimento o projeto de descomissionamento da mesma.

A empresa lembra que a barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração (adquirida pela Vale em 27 de Abril de 2001), pelo método de alteamento a montante. A altura da barragem era de 86 metros, o comprimento da crista de 720 metros. Os rejeitos dispostos ocupavam uma área de 249,5 mil m2 e o volume disposto era de 11,7 milhões de m3.

Conforme a Vale, a Barragem I possuía Declarações de Condição de Estabilidade emitidas pela empresa TUV SUD do Brasil, empresa internacional especializada em Geotecnia. As Declarações de Condição de Estabilidade foram emitidas em 13/06/18 e em 26/09/18, referentes aos processos de Revisão Periódica de Segurança de Barragens e Inspeção Regular de Segurança de Barragens, respectivamente, conforme determina a portaria DNPM 70.389/2017. "A barragem possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e acima da referência da Norma Brasileira. Ambas as declarações de estabilidade mencionadas atestam a segurança física e hidráulica da barragem", diz.

A empresa afirma ainda que a barragem passava por inspeções de campo quinzenais, todas reportadas à Agência Nacional de Mineração (ANM) através do Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM). Sendo que a última inspeção cadastrada no sistema da ANM foi executada em 21 de dezembro de 2018. Adicionalmente, a mesma passou por inspeções em 8 e 22 de janeiro de 2019, com registro no sistema de monitoramento da Vale. O cadastramento da inspeção na ANM, conforme legislação, deve ser executado até o final da quinzena seguinte. Todas estas inspeções não detectaram nenhuma alteração no estado de conservação da estrutura.

"A Barragem possuía 94 piezômetros e 41 INAs (Indicador de Nível D'Água) para seu monitoramento. As informações dos instrumentos eram coletadas periodicamente e todos os seus dados analisados pelos geotécnicos responsáveis pela barragem. Dos 94 piezômetros, 46 eram automatizados", afirma a empresa.

Segundo a Vale, a barragem possuía Plano de Ações Emergenciais de Barragem de Mineração (PAEBM). O mesmo foi protocolado nas Defesas Civis Federal, Estadual e Municipal, entre os meses de junho e setembro de 2018. "O PAEBM foi construído com base em um estudo de ruptura hipotética, que definiu a mancha de inundação. Além disso, a barragem possuía sistema de vídeo monitoramento, sistema de alerta através de sirenes (todas testadas) e cadastramento da população à jusante. Também foi realizado o simulado externo de emergência em 16 de julho de 2018, sob coordenação das Defesas Civis, com o total apoio da Vale, e o treinamento interno com os funcionários em 23 de outubro", informa.

"Diante de todos os pontos descritos acima, estamos ainda buscando respostas para o ocorrido", afirma a mineradora.