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Wilson Witzel inaugura disque denúncia contra a corrupção

Serviço funciona desde o dia 9 e já recebeu 130 ligações

O governador Wilson Witzel (ao centro) lança o Disque Corrupção
O governador Wilson Witzel (ao centro) lança o Disque Corrupção -

O governador Wilson Witzel lançou oficialmente o Disque Rio Contra a Corrupção, na manhã desta terça-feira, no Centro Integrado de Controle e Comando (CICC), Cidade Nova, Região Central Do Rio. O serviço telefônico, através do número (21) 2276-6556, em que a população pode denunciar casos de corrupção praticados por agentes públicos estado, funciona desde 9 de abril e já recebeu 130 telefonemas.

"Esse é um instrumento importante para a democracia, e a denúncia se faz no anonimato. Desses 130 telefonemas, 20 já estão em apuração. Nós queremos que as pessoas, cada vez mais, façam as suas denúncias. Podem denunciar sonegação fiscal, se a polícia pediu dinheiro, se qualquer agente do estado pedir dinheiro de forma que caracterize corrupção, faça a denúncia, anote o nome de quem quer que seja e faça a denúncia que você estará no anonimato e nós vamos apurar", disse Witzel.

O serviço, que é coordenado pela Controladoria Geral do Estado e conta com o apoio da Polícia Militar, funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h. "O cidadão de bem é a maior vítima da corrupção e tem de ser o principal aliado contra ela", disse o controlador-geral do estado, Bernardo Santos Barbosa.

Durante a coletiva, o governador também falou sobre policais presos e condenados e que ainda estão recebendo pelo estado. Witzel garantiu que eles serão demitidos, no entanto, disse que não depende dele, mas da Justiça. É que a demissão dos oficiais tem um processo diferente dos praças. Witzel classificou essa burocracia como um privilégio e afirmou que prentende acabar com esse tipo de procedimento.

"Para um oficial der demitido existe um ato jurídico complexo que começa na PM, mas tem de passar pelo judiciário. Após o poder judiciário confirmar que aquele policial praticou crime e tem de ser demitido, volta para o governador, que aplica a demissão. Eu já pedi para estudar essa situação, já comuniquei a PM e pretendo propor uma emenda constitucional para acabar com esse privilégio", avisou o governador.

Um dos casos citados por ele, é o do tenente-coronel Claudio Oliveira, preso desde 2011 e condenado a 36 anos de prisão pelo assassinato da juíza Patricia Acioli, em 2011. Ele recebe quase R$ 40 mil brutos por mês. Além dele, também foi condenado pelo mesmo crime e ao mesmo tempo de cadeia, o tenente Daniel Santos Benitez. Ele recebe bruto, por mês, quase R$ 10 mil. Por mês, o estado tem gastado com os dois cerca de R$ 50 mil. Em quase oito anos presos, eles custam aos cofres públicos R$ 4,8 milhões.

De acordo com a justiça, o tenente-coronel foi o mandante do crime e Benitez efetuou os disparos contra a magistrada. Ao todo 11 PM foram condenados pelo assassinato da magistrada, mas apenas os nove praças foram expulsos até agora."No caso do oficial que matou a juíza Patrícia Acioli, ele já foi julgado pelo tribunal e esse processo está voltando para mim. Assim que chegar no meu gabinete, esse oficial será definitivamente demitido", disse Witzel, referindo-se ao tenente-coronel.

Patrícia Acioli foi morta com 21 tiros, quando chegava em casa, em Piratininga, Niterói, Região Metropolitana do Rio, por combater PMs corruptos.