A partir desta sexta-feira, os policiais civis e militares do Estado do Rio de Janeiro contarão com novos valores da gratificação pelas horas extras trabalhadas. Conforme a Coluna antecipou na edição de ontem, com exclusividade, sai publicado no Diário Oficial desta sexta-feira o decreto que reajusta, em média, em 45% o valor do Regime Adicional de Serviço (RAS) das categorias.
O objetivo é que, com isso, os agentes passem a se candidatar voluntariamente para cumprirem o RAS. Após assinar o decreto ontem, o governador Wilson Witzel declarou que a medida corrobora a Segurança Pública como prioridade da sua gestão. E prometeu reajuste das horas extras também dos bombeiros militares e os inspetores da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
“Esse é o reconhecimento pelos bons serviços prestados por esses heróis e heroínas. Também faremos um decreto para os bombeiros e agentes penitenciários. A Segurança Pública é prioridade no nosso governo”, declarou Witzel em nota divulgada à imprensa.
Para o secretário de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, o reajuste vai incentivar o trabalhos dos policiais: “O aumento do RAS valoriza o policial em seu horário de folga. Nossos policiais vão trabalhar com muita vontade de acertar porque estão sendo reconhecidos”.
Segundo o secretário de Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo, a atuação dos PMs em hora extra terá como prioridade as áreas com índices de criminalidade maiores. “É muito importante esse serviço prestado pela PM por meio do Regime Adicional de Serviço. Nós aplicamos esse patrulhamento nos locais com maior reincidência criminal, inclusive crimes contra o patrimônio”, afirmou.

REIVINDICAÇÃO ATENDIDA
Aliás, o aumento no valor da gratificação pelo regime adicional é uma das reivindicações das classes. Foi o que ressaltou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio (Sindpol), Marcio Garcia.
“A confirmação do aumento do valor do RAS atende ao pleito da categoria feito ao governador, já que as gratificações estavam muito defasadas e a valorização salarial é nossa pauta recorrente. É uma vitória importante da nossa luta”, disse.
Novas reivindicações serão levadas ao governo
Na Polícia Civil, o Nível A corresponde aos delegados; o Nível B aos agentes (há, por exemplo, inspetor e investigador) e o Nível C aos servidores com Ensino Médio (como técnico de necrópsia).
Já no caso da Polícia Militar, o Nível A abrange oficiais superiores (como major); o Nível B os oficiais intermediários (capitão) e o Nível C, os praças.
Agora que foi cumprida essa promessa de campanha, as categorias pretendem colocar na mesa outros temas.
“Seguimos na luta pela recomposição dos auxílios alimentação e transporte, bem como a concessão de um auxílio-saúde que nunca contemplou a atividade de maior risco no serviço público”, disse Garcia, do Sindpol.
O movimento SOS Polícia, que dá assistência aos policiais militares, tenta aumentar as vagas para o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS).
“Em relação ao CAS, solicitamos pelo menos quatro mil vagas, já que hoje a demanda de 2º sargentos sem esse curso é em torno de 10 mil. Em torno de dois mil já deveriam ter sido promovidos e deixaram de ser porque o curso é pre-requisito par ascender na carreira”, afirmou o tenente da reserva Nilton da Silva, que lidera o grupo.