Mais Lidas

Depósito em dinheiro com cheiro de maconha motivou operação que prendeu cinco pessoas

Policiais da 19ª DP (Tijuca) realizam ação no Rio, São Paulo e Paraná

Ao todo, foram expedidos pela Justiça oito mandados de prisão e seis de busca e apreensão
Ao todo, foram expedidos pela Justiça oito mandados de prisão e seis de busca e apreensão -
Policiais da 19ª DP (Tijuca) realizam uma operação, intitulada "Shark Attack", para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro de traficantes do Morro do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio, na manhã deste sábado. Segundo a Polícia Civil, até às 10h30, cinco pessoas haviam sido presas.

Aparecido Alves de Oliveira, Jeferson Batista Silva de Lima e Silmara Silva Barbosa foram detidos em Curitiba. Já em Ribeirão Preto, Cleber Bergamasco Luciano e Patrícia Regina Grechi foram presos. Eles são marido e mulher. Embora não fosse alvo da operação, Cleber tinha um mandado de prisão em aberto e teria feito uma conta bancária com os dados de uma pessoa com deficiência para movimentar dinheiro do tráfico.

Drogas e dinheiro também foram apreendidos. Em um apartamento da Tijuca, os policiais encontraram R$ 7 mil em espécie, tabletes de maconha e grande quantidade de drogas sintéticas. Ao todo, foram expedidos pela Justiça oito mandados de prisão e seis de busca e apreensão. Além do Rio, também há mandados de prisão e busca e apreensão em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e Curitiba, no Paraná. A operação ainda está em andamento.

De acordo com a Polícia Civil, a ação deste sábado faz parte da primeira fase da operação e é resultado de três meses de trabalho.
Jorge Lucindo da Silva, conhecido como Tubarão, um dos procurados da operação - Divulgação

As investigações começaram em janeiro após uma tentativa de depósito bancário em dinheiro, feito em caixa eletrônico, cujas notas teriam cheiro de maconha. À época, dois homens tentaram depositar quase R$ 100 mil em notas de R$ 2 e R$ 5.
 
Pessoas próximas ao caixa eletrônico sentiram o cheiro de maconha e alertaram a Polícia Militar. Na ocasião, Jorge Lucindo da Silva, o Tubarão, e João Victor foram levados à delegacia, prestaram depoimento e foram liberados.
 
A partir daí, iniciou-se uma apuração para rastrear o caminho do alto valor. A polícia descobriu um esquema milionário de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas por empresas fantasmas ou fictícias em outros estados. Além de traficantes, os laranjas do esquema estão entre os alvos da operação deste sábado.
 
A empresa Hexxa Shows recebeu 38 depósitos em espécie com valores entre R$ 50 mil e R$ 85 mil entre 1º de outubro de 2018 e 19 de março de 2019. Ao todo, apenas essa firma recebeu R$ 2.208.805. Dinheiro que, segundo os investigadores, é do tráfico de drogas.
 
De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos abriram três empresas fantasmas que estavam sendo usadas para lavar o dinheiro do tráfico, principalmente do Morro do Borel, na Tijuca. Os policiais já sabem que as empresas lavavam dinheiro, também, de outros estados como Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo e Minas Gerais.
 
A operação foi batizada de "Shark Attack", ataque de tubarão em inglês, em alusão ao apelido de um dos procurados, Jorge Lucindo da Silva. Ele ainda não foi preso e já é considerado foragido. Outro procurado é o gerente do tráfico de drogas do Morro do Borel, o traficante Alexandre Barreto Ferreira, o Galego. Ele faz parte do esquema, segundo os investigadores.
 
Alexandre Barreto Ferreira, o Galego, também é um dos procurados na ação deste sábado - Divulgação / Portal dos Procurados
No final do ano passado, Galego chegou a ser preso por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Borel enquanto participava de um culto na comunidade. Entretanto, o bandido foi resgatado por criminosos momentos depois. No dia, houve um confronto entre PMs e traficantes e Galego teria ficado ferido.
 
'Tubarão' já havia sido preso em 2010
 
Em 2010, policiais civis da própria 19ª DP já haviam prendido “Tubarão”. Naquela época, ele tentava escapar de moto de uma abordagem policial. Contra o bandido, que foi capturado durante a “Operação Gavião”, havia um mandado de prisão preventiva por associação ao tráfico de drogas. Naquele ano, Jorge foi apontado como um dos motoristas do traficante conhecido como “Biscoito” do Complexo do Alemão, além de integrar o tráfico de drogas do Borel.
Ao todo, foram expedidos pela Justiça oito mandados de prisão e seis de busca e apreensão Divulgação/PMERJ
Jorge Lucindo da Silva, conhecido como Tubarão, um dos procurados da operação Divulgação
Alexandre Barreto Ferreira, o Galego, também é um dos procurados na ação deste sábado Divulgação / Portal dos Procurados