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Movimentação de talude de mina da Vale em Barão de Cocais chega a 56 cm por dia

Movimentação registrada é a mais elevada até agora. Caso se rompa, rejeitos de minério de ferro da barragem atingiriam três municípios: Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo

Em maio, barragem de Gongo Soco, em Barão de Cocais, foi colocada em alerta máximo de rompimento
Em maio, barragem de Gongo Soco, em Barão de Cocais, foi colocada em alerta máximo de rompimento -
A movimentação do talude da mina de Gongo Soco, da empresa Vale em Barão de Cocais, chegou neste domingo, 16, a 56 centímetros por dia, a mais elevada até agora, conforme relatório divulgado pelo Corpo de Bombeiros. Apesar do aumento expressivo na movimentação da estrutura, - no último dia 3 de junho foi registrado deslocamento de 41,7 centímetros por dia - os bombeiros afirmam que a tendência é a estrutura continuar escorregando de forma "lenta e desagregada" para o fundo da cava

Este é o cenário considerado ideal, no caso, pelas autoridades. O outro seria a queda de uma vez só de uma parte expressiva do talude, o que poderia provocar um abalo sísmico com intensidade suficiente para afetar a barragem Sul Superior, da mineradora, que fica a 1,5 quilômetro da mina.


O abalo poderia fazer com que a barragem se rompa. A estrutura está no nível três de estabilidade, o que significa ruptura a qualquer momento. O status foi atribuído à Sul Superior em 22 de abril, portanto, antes do aumento da movimentação do talude que, passou a se deslocar de forma mais intensa em abril. A Agência Nacional de Mineração (ANM), à época, informou que a movimentação do talude antes era de 10 centímetros por ano desde 2012.

Caso se rompa, rejeitos de minério de ferro da barragem atingiriam três municípios. Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Os três municípios tiveram que passar por simulados de evacuação de residências.

A Vale vem realizando obras em área entre a barragem e a cidade de Barão de Cocais, a primeira a ser atingida pelos rejeitos se a barragem se romper, para tentar diminuir o impacto da chegada da lama nas cidades. Procurada, a Vale não se posicionou sobre o aumento na velocidade da movimentação do talude da mina de Gongo Soco.