'Horta' da milícia

Comerciantes da Zona Oeste do Rio denunciam um novo ramo de atuação da milícia: a venda de legumes e frutas em hortifrútis. De acordo com lojistas da região, além da opressão e extorsão, os grupos paramilitares vendem os alimentos com preço tabelado. A denúncia foi feita ao RJTV 2, da Rede Globo.

Ainda segundo comerciantes, a distribuição de frutas, legumes e verduras passaria pelas mãos dos criminosos, que cobram mais caro que o do mercado convencional e centros de distribuição. Os alimentos seriam vendidos pelos milicianos com valores superfaturados e caso os lojistas se negassem a comprar seriam obrigados a fechar o comércio.

Na última terça-feira, a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio realizaram uma ação na Zona Oeste para desarticular um esquema de milicianos que atuam no ramo imobiliário. O grupo é acusado de construir e vender imóveis na Favela da Muzema e outras comunidades da região. A 'Operação Muzema' levou 14 suspeitos para a cadeia.

Em conversa flagrada por escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, um empresário, que foi preso e atuaria desde o desmatamento de áreas verdes para a construção dos imóveis até o financiamento das obras, dá uma 'aula de propina' a um comparsa.

Na conversa, o empresário da milícia ensina como se deve subornar um agente público para que uma construção não seja embargada: "Você não pode dar uma parada para eles, uma parada, assim, puf! De uma vez. Tem que ir dando tipo assim:'Irmão, todo mês você vem aqui e pega dois contos'".