Rio entra em alerta contra a 'Doença do Pombo'

Especialistas apontam sintomas e como se prevenir após duas mortes em SP

Em praças públicas o contato com pombos é quase inevitável
Em praças públicas o contato com pombos é quase inevitável -

A morte de dois homens em São Paulo, em julho, em decorrência de criptococose, a chamada 'Doença do Pombo', chamou atenção de autoridades no Rio, onde é comum as pessoas dividirem espaços públicos, como praças, com as aves. Segundo o infectologista Edimilson Migowski, a doença é causada por inflamação pulmonar devido a inalação de poeira contaminada com o fungo cryptococcus, presente nas fezes de pombos. Ela pode provocar meningite e pneumonia, com alto grau de letalidade. Segundo dados da Fiocruz, as mortes no Brasil atingem patamar de 45% a 65% nos casos de meningite. 

"A pessoa inala o fungo, que vai para o pulmão, cai na circulação sanguínea e pode atingir vísceras, ossos, sistema nervoso central e as meninges. Pode levar à morte especialmente em pessoas com a imunidade comprometida", explica Migowski.

De acordo com cartilha do Ministério da Saúde, o fungo está presente principalmente nas fezes de pombo, mas também de aves, em geral, e em matéria orgânica morta. Não há medidas preventivas específicas, mas alguns cuidados podem ser tomados.

O infectologista orienta que, ao limpar superfícies que possam estar contaminadas, como de galinheiros, telhados ou qualquer local com acúmulo de fezes de aves, é preciso molhar a região antes para que a poeira não se propague no ar.

"Além disso, a pessoa que fará a limpeza deve usar máscara para evitar a inalação e o consequente contágio, principalmente em locais confinados", explica Migowski.

Segundo o infectologista Alberto Chebabo, da UFRJ, por atingir o sistema nervoso central, a doença pode deixar sequelas. "O tratamento é difícil, o paciente pode entrar em coma ou ficar com um lado do corpo paralisado", explica Chebabo. 

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas da doença podem ocorrer de dois dias a mais de 18 meses, variando entre febre, fraqueza, dor no peito, rigidez de nuca, dor de cabeça, náusea, vômito, sudorese noturna, confusão mental e alterações de visão.

Não alimentar pombos

A Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa), da Prefeitura do Rio, orienta que a maior prevenção é não alimentar os pombos, pois os animais costumam viver próximo dos locais onde conseguem comida. O órgão divulga orientações para afastar os pombos, como manter as superfícies de pouso inclinadas; colocar obstáculos para pouso, como repelentes próprios para pombos; e fechar com tela os espaços usados como abrigos. 

Caso haja dificuldade para afastar as aves, a prefeitura orienta ligar para o número 1746 para que uma equipe da Vigilância Sanitária compareça ao local.

PESQUISA

Segundo o Ministério da Saúde e as secretarias municipal e estadual de Saúde do Rio, não há dados compilados sobre a doença, pois ela não é de notificação obrigatória. Porém, um estudo conduzido pela pesquisadora Juliana Giacomazzi levantou casos de internação entre 2012 e 2016. A pesquisa mostrou que, desde 2013, foi verificado aumento nos casos, que tiveram mais notificações em 2016, quando foram registradas 251 internações por criptococose no país. 

O Ministério da Saúde informou que, em 2018, iniciou o processo de estruturação do sistema de vigilância e controle das Micoses Sistêmicas, entre elas a criptococose.

De pássaros inocentes a transmissores de doenças: população de pombos preocupa autoridades de Saúde
De pássaros inocentes a transmissores de doenças: população de pombos preocupa autoridades de Saúde Estefan Radovicz
A criptococose é uma doença transmitida pelas fezes dos pombos
A criptococose é uma doença transmitida pelas fezes dos pombos Estefan Radovicz
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia.
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia. Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia.
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia. Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia.
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia. Estefan Radovicz / Agencia O Dia
O Prêmio da Paz foi concedido postumamente ao americano B.F. Skinner por sua pesquisa realizada em 1960 sobre se pombos vivos poderiam ser alojados dentro de mísseis para guiar suas trajetórias de voo.
O Prêmio da Paz foi concedido postumamente ao americano B.F. Skinner por sua pesquisa realizada em 1960 sobre se pombos vivos poderiam ser alojados dentro de mísseis para guiar suas trajetórias de voo. Agencia O Dia
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia.
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia. Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia.
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia. Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia.
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia. Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia.
Matéria sobre doenças transmitidas por pombos. Na foto, pombos que habitam a Cinelândia. Estefan Radovicz / Agencia O Dia
POMBA-SALEIRA. Ave fotografada na Praça Mauá, próximo a estação do VLT.  Alimenta-se de frutos, sementes, brotos e insetos, apanhados no chão ou nas árvores.Tem hábitos migratórios. Vive nos campos com árvores, áreas alteradas, urbanas, cerrados,  e florestas de galeria. Freqüentemente encontrada no solo. Estende seus domínios acompanhando o desmatamento, aparecendo em grande quantidade. Voa longas distâncias e a grandes altitudes, exibindo seu espelho alar branco; está aproveitando as áreas urbanas. Dados Científicos

Classificação Científica:

Reino: Animalia 
Filo: Chordata 
Classe: Aves 
Ordem: Columbiformes 
Família:  Columbidae , Leach, 1820 
Espécie: P. picazuro 
Nome Científico: Patagioenas picazuro, (Temminck, 1813)
Nome em Inglês: Picazuro Pigeon
         Fonte:http://www.avescatarinenses.com.br
POMBA-SALEIRA. Ave fotografada na Praça Mauá, próximo a estação do VLT. Alimenta-se de frutos, sementes, brotos e insetos, apanhados no chão ou nas árvores.Tem hábitos migratórios. Vive nos campos com árvores, áreas alteradas, urbanas, cerrados, e florestas de galeria. Freqüentemente encontrada no solo. Estende seus domínios acompanhando o desmatamento, aparecendo em grande quantidade. Voa longas distâncias e a grandes altitudes, exibindo seu espelho alar branco; está aproveitando as áreas urbanas. Dados Científicos Classificação Científica: Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Aves Ordem: Columbiformes Família: Columbidae , Leach, 1820 Espécie: P. picazuro Nome Científico: Patagioenas picazuro, (Temminck, 1813) Nome em Inglês: Picazuro Pigeon Fonte:http://www.avescatarinenses.com.br Foto de Estefan Radovicz / Agência O Dia
A lei foi publicada no Diário Oficial Cidade de São Paulo desta quinta-feira e já está em vigor
A lei foi publicada no Diário Oficial Cidade de São Paulo desta quinta-feira e já está em vigor Reprodução