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Mais mortes em Costa Barros! Bandidos lutam pelo controle do tráfico e esquema de roubo de cargas

Segundo a polícia, por ser um território amplo, que divide bairros como Pavuna, Costa Barros e Barros Filho, a região favorece a entrada e a saída de drogas, armas e caminhões de carga no Chapadão e na Pedreira

O que sobrou de um dos ônibus queimados
O que sobrou de um dos ônibus queimados -

Investigações da polícia apontam a região de Costa Barros e arredores como uma das mais críticas pela concentração de dois crimes que espalham morte e terror pelo Rio: o tráfico drogas e o roubo de carga.

Segundo a polícia, por ser um território amplo, que divide bairros como Pavuna, Costa Barros e Barros Filho, a região favorece a entrada e a saída de drogas, armas e caminhões de carga no Chapadão e na Pedreira. O fácil acesso à Avenida Brasil e à Via Dutra favorece a ação dos bandidos.

O roubo de cargas se tornou um dos maiores geradores de receita para o tráfico nos últimos anos. Como o combate ao crime aumentou e os números de roubos caíram este ano, as facções também duelam para unificar Pedreira e Chapadão e o dinheiro arrecadado por lá.

Nos oito primeiros meses deste ano, a região registrou 426 roubos de cargas. No mesmo período de 2018, o número foi 473. Mesmo com a queda de 9,9%, a polícia acredita que a modalidade ainda é alvo dos criminosos. A corporação informou que segue trabalhando para identificar grupos que atuam na região.

Um dia antes da guerra, a Polícia Civil fez uma ação contra o roubo de cargas na região. Dez pessoas foram presas. O grupo é investigado por ter movimentado cerca de R$ 850 mil em apenas seis roubos.

Polícia crê em mais mortes

A polícia confirmou a morte de pelo menos três pessoas no confronto no Complexo da Pedreira. O delegado Rodrigo Barros, titular da 39ª DP (Pavuna), afirma que está trabalhando para identificar se os mortos estavam envolvidos na tentativa de invasão. Outras seis pessoas foram baleadas, entre elas um militar do Exército e um jovem de 18 anos que jogava bola no momento dos tiros. O delegado não descartou a possibilidade de que possa haver corpos nas áreas que dividem as duas comunidades.
 
As polícias Civil e Militar ocuparam a região na manhã de ontem, em operações que envolveram o uso de caveirões. Dois suspeitos foram presos, e um menor acabou apreendido com uma arma falsa. Porta-voz da Polícia Militar, o tenente-coronel Mauro Fliess, afirmou que a corporação já tinha informações prévias de que uma possível guerra poderia estourar no Complexo da Pedreira. Mas destacou que tão logo soube do conflito pôs em ação um plano de contingência para pôr fim ao tiroteio.

Escolas e clínicas fecham

A invasão de bandidos na Pedreira mudou a rotina de escolas, creches e unidades de saúde da região. A Secretaria municipal de Saúde confirmou o fechamento de quatro unidades e restrições em três delas. Já a Secretaria municipal de Educação também confirmou o fechamento de unidades por causa da "sensação de insegurança" na região.

"Pela sensação de insegurança nas comunidades e seguindo o protocolo Acesso Mais Seguro implementado nas escolas pela Secretaria municipal de Educação em parceria com a Cruz Vermelha Internacional, as unidades de ensino não estão funcionando neste momento", a pasta disse, em nota.

O coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Gustavo Felipe Miranda, disse que a guerra entre facções Rio tem sido o principal fator para afastar os professores das escolas implantadas dentro das comunidades.