Periferias, intolerância religiosa e romance; Nova edição de ‘Macumba’ disponível nas livrarias

História passa por comunidades de São Gonçalo e Niterói

História passa por comunidades de São Gonçalo e Niterói
História passa por comunidades de São Gonçalo e Niterói -
“Macumba”, uma história de romance verdadeiramente contada para os gonçalenses e niteroienses, além de todo público que se interessa por um romance intrigante e pedagógico quando o assunto é intolerância religiosa. O professor e escritor Rodrigo Santos, de 43 anos, com sua grande bagagem na literatura, lança então seu quarto livro autoral, sendo este o segundo romance.

Disponível nas livrarias, a população "papa-goiaba" vai poder mesmo se enxergar no livro Macumba, já que o romance passa por lugares como Salgueiro, Mutuá, Lixão de Itaoca, Itaúna, Caniçal, Icaraí, Centro de Niterói, entre outros.

A história, vivida entre essas duas cidades, traz Ramiro, um detetive da Polícia Civil, evangélico e cauteloso, morador de Niterói, que investiga mortes contínuas em centros de umbanda nas áreas periféricas de São Gonçalo, e Akèdjè, que num passado distante foi o primeiro líder espiritual africano, um baba do povo Ketu que originou no Brasil, uma das nações do Candomblé.

(Atenção para uma pitada de Spoiller) Segundo Rodrigo, as mortes nos centros religiosos vão acontecendo e as investigações são feitas de forma sigilosa, até porque, enquanto elas ocorrem nas regiões metropolitanas de São Gonçalo, não há nenhum ou pouco interesse popular. Até o momento que mais um desses crimes acontece com um ator dentro de outro centro, mas desta vez na Zona Sul de Niterói, em Icaraí. Esse caso cai na mídia e todas as autoridades públicas se movimentam e entram no caso cobrando respostas.

Essas histórias se cruzam com o passar das páginas trazendo um elo entre religião, periferias e romance.

O escritor conta que a inspiração para esta obra veio de uma experiência ao realizar um trabalho numa escola no Barreto, Niterói.

“Quando fui fazer um trabalho numa escola do Barreto, soube de uma menina que tinha raspado a cabeça para o candomblé e preferiu dizer na escola que tinha leucemia. Aquilo pra mim foi uma violência absurda. Era uma criança de 12 ou 13 anos que estava negando sua cultura e sua família. Pra mim a criança não é religiosa, mas é uma criança de pais religiosos, já que religião é um valor familiar. Isso foi para não sofrer bullying. Quis fazer alguma coisa, e o que eu posso fazer é escrever para jogar luz em cima disso.
Outro detalhe que vale ressaltar é que um diretor de cinema e TV já planeja transformar o livro em uma série de pelo menos quatro temporadas para passar numa grande emissora. Rodrigo quando questionado pelo cineasta se a história só poderia ser contada em São Gonçalo e Niterói, não abriu mão dessa originalidade.

“Eu sou fã de Dennis Lehane e conheço Boston, porque leio Boston no que ele escreve. Sou fã da Anne Rice e conheço New Orleans porque ela escreve sobre New Orleans, então eu escrevo sobre meu território, as minhas histórias acontecem no meu território e só podem se passar aqui, em Niterói e São Gonçalo”, disse.

O livro já está disponível para compra no site da editora e nas livrarias Blooks e Travessa, além da Folha Seca, na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro.
*Estagiária sob supervisão de Mário Boechat 
História passa por comunidades de São Gonçalo e Niterói
História passa por comunidades de São Gonçalo e Niterói Reprodução