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Mulher com doença degenerativa deixa hospital para assistir formatura do filho

'A força de vontade dela foi tão grande que acho que ela superou seus próprios limites', disse o marido

Mulher com doença degenerativa deixa hospital para assistir formatura do filho
Mulher com doença degenerativa deixa hospital para assistir formatura do filho -
Marielza Lins de Oliveira, de 46 anos, está sob cuidados paliativos há dois meses após anos lutando contra polimiosite, doença degenerativa que limitou a movimentação do corpo e comunicação. Mas isso não impediu Marielza de assistir a cerimonia de formatura do filho mais novo, Igor, de 17 anos.

Desde o fim do ano passado, a equipe médica que acompanha Marielza tem preparado ela para o grande dia. Ela foi levada em uma ambulância de Santo André para Ribeirão Preto, em São Paulo, com a ajuda da fisioterapeuta Juliana Turquetti. “Marielza estava com muita vontade de estar ali. Era para assistirmos só a turma do Igor, mas ela quis ficar até a homenagem final dos pais. Saímos do hospital às 18 horas e voltamos às 22 horas”, disse Juliana.

Para identificar o que ela deseja, a equipe do hospital criou um sistema de plaquinhas com letras, sendo que Marielza apenas se comunica balançando a cabeça para dizer "sim" e "não". Foi assim que ela conseguiu pedir para ver a formatura do filho, que aconteceu no último sábado.

“Eu fui passar a noite com ela no hospital e vi que estava triste. Começou a chorar. Perguntei se era por conta da doença, e ela me explicou que queria ir na formatura do Igor. Tinha ido na cerimônia da nossa filha mais velha, Tainá, dos sobrinhos… E como não conseguiria ir na dele?”, explica Paulo José de Oliveira, 49 anos, marido de Marielza.

Juliana afirmou que foi uma noite do último sábado foi especial para todos. “A mãe dela ficou o tempo todo segurando sua mão. Os filhos estavam muito emotivos, a irmã, que passa muito tempo com ela na unidade, também. E foi o momento mais emocionante da minha carreira”, comentou.

“A força de vontade dela foi tão grande que acho que ela superou seus próprios limites. Ela ficou o tempo inteiro focada em ver os alunos receberem o diploma. Não precisou de nenhuma intervenção”, celebra Paulo, orgulhoso também da conquista do filho. “Ele agora vai fazer faculdade de TI”, completou.