Mais Lidas

Estelionato no Zap

Especialistas dão dicas para reconhecer e não cair em golpes pelo aplicativo

'Boa tarde, pode falar? Consegue fazer um pagamento via transferência pra mim? Fiz duas transferência hoje e excedeu meu limite. Aí amanhã, assim que meu limite voltar, te transfiro." A mensagem, pelo WhatsApp, foi recebida no dia 7 de janeiro pela bancária Daniele Gomes Toledo. O texto seria de um amigo próximo, que possivelmente passava por uma situação de aperto naquele momento. Apesar de desempregada, ela não pensou duas vezes em ajudar o colega e fez um depósito de quase três mil reais. O que ela não sabia é que se tornava a mais nova vítima de um golpe aplicado por hackers que estão invadindo contas do aplicativo de conversa. O número de estelionatos cresceu 19,6% no Rio de Janeiro no ano passado.

O caso da bancária foi parar na delegacia e a polícia passou a investigar a modalidade usada por criminosos cibernéticos. Eles invadem as contas de WhatsApp através de um código digitado pelo dono do aparelho celular e, a partir dali, pedem dinheiro emprestado para os contatos da vítima. Para ter acesso ao sistema do aplicativo, enviam mensagens simpáticas ou fazem ligações enganosas. A partir do código digitado, passam a ter controle do aplicativo. Diariamente centenas de pessoas caem no mesmo golpe.

"Na verdade, meu amigo foi a primeira vítima e eu a segunda. Invadiram o celular dele e dispararam mensagens para pessoas próximas. Eu confiei, apesar de ser a conta de uma pessoa que eu não conhecia. Mas como a mensagem foi enviada por um amigo, não vi problema em fazer o depósito".

Daniele conta que tentou uma negociação amigável com a gerência do banco, mas sem sucesso. Ela só conseguiu o dinheiro de volta com a ajuda do amigo. "Mesmo não sendo o responsável pelo golpe, ele fez questão de pagar".

Esse tipo de crime é tratado como estelionato e pode ser denunciado em qualquer delegacia. Segundo o Instituto de Segurança Publica (ISP), o número de estelionatos subiu de 34.493, em 2018, para 41.253, em 2019. Somente no mês de dezembro de 2019 foram 3.645 casos registrados, 949 casos a mais que o mesmo período do ano anterior.