Mais Lidas

Após queda de prédios, cobrança continua

Após sobreviver à queda de dois prédios na Muzema, em abril de 2019, por não estar em casa no momento do desabamento, M. continuou sendo cobrada pelo apartamento que havia comprado parcelado. O imóvel, erguido irregularmente pela milícia local, foi pelos ares, mas a cobrança continua de pé. "Eles ligam todo mês querendo o dinheiro. É um absurdo. Hoje eu moro de aluguel e não vou conseguir reaver o que já havia pago", conta a moradora, que não vive mais no Condomínio Figueiras do Itanhangá, onde 24 pessoas morreram.

O mesmo problema é enfrentado por moradores que tiveram imóveis, vizinhos aos que desabaram, interditados pela prefeitura no dia 21. "A gente sabe que corre o risco de ter os apartamentos demolidos, mas somos obrigados a continuar pagando", afirma outra moradora. "Eles vêm buscar a prestação todo mês, batem na porta", completa ela.

No Condomínio Figueiras do Itanhangá, seis prédios estão interditados. Moradores contam que compraram os imóveis da imobiliária OJ Imóveis, que fica na própria favela e está de portas fechadas desde a data da tragédia. O proprietário, identificado apenas como Orlando, sumiu. Mas dois funcionários fazem as cobranças.