Mais Lidas

Temporal deixa quatro mortos

Forte chuva no Rio e na Baixada causou deslizamentos e alagamentos. Duas pessoas ficaram feridas

Chuva alagou a Avenida Brasil, na altura de Irajá, na Zona Norte, e causou transtornos para moradores e motoristas que passavam pela região
Chuva alagou a Avenida Brasil, na altura de Irajá, na Zona Norte, e causou transtornos para moradores e motoristas que passavam pela região -
Pelo menos quatro pessoas morreram durante um temporal que começou na noite de sábado e se estendeu pela madrugada de ontem, no Rio de Janeiro. Das vítimas, três são da capital e uma outra de Mesquita, na Baixada Fluminense. Os estragos são diversos. Ao todo, 25 municípios acionaram a Defesa Civil devido à fortes chuvas, que causaram deslizamentos e alagamentos, no dia em que a cidade completou 455 anos. 
Das quatro mortes, duas aconteceram na Zona Oeste. No Tanque, um homem identificado como Flávio Gonçalves da Silva, de 40 anos, morreu após um deslizamento atingir sua casa, na Rua Almirante Melquíades de Souza. Na Estrada do Tindiba, na Taquara, uma descarga elétrica causou a morte de Vânia Nunes, de 75 anos. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas encontrou a vítima já sem vida no local.
Em Acari, na Zona Norte, um homem morreu afogado. Ele chegou a ser levado para o Hospital Ronaldo Gazzolla, no mesmo bairro, mas não resistiu. No município de Mesquita, na Baixada Fluminense, um deslizamento de terra na Estrada Feliciano Sodré provocou o soterramento e a morte de Mizael Xavier, de 62 anos.
Além das mortes, duas pessoas ficaram feridas. Também na Baixada, três casas foram atingidas por deslizamentos em Magé. Maria Mendes, de 22 anos, e Flavio Pereira, de 27, ficaram parcialmente soterrados, mas foram resgatados e encaminhados para o Hospital Municipal de Magé.
'Estamos em alerta máximo'
O temporal colocou o Rio em estágio de alerta. Na estação de Bangu, em apenas uma hora, a chuva foi equivalente a 44% da média histórica do mês de março. Além dos mortos e feridos, 30 sirenes foram acionadas em 16 comunidades, até às 20h de ontem. A Defesa Civil recebeu 104 chamados por deslizamentos, enquanto a Prefeitura registrou 93 ocorrências por alagamentos. Uma tubulação de água se rompeu em Mesquita, na Baixada, e o reservatório Santa Maria transbordou, em Jacarepaguá.
A Avenida Brasil precisou ser interditada, na altura de Irajá. O transtorno foi tamanho que o BRT e os trens da SuperVia ficaram inoperantes por horas. "Estamos em alerta máximo. Evitem áreas de risco, não joguem lixo nas ruas, atendam às equipes de orientação, quando soarem as sirenes, e se dirijam aos pontos de refúgio", disse o prefeito Marcelo Crivella.
Verão atípico no Rio de Janeiro 
O Estado do Rio teve o fevereiro mais chuvoso dos últimos 22 anos, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Na capital, apenas seis dias não tiveram registro de chuvas. E meteorologistas alertam: a previsão de temporal continua até, pelo menos, a próxima quinta-feira. "A passagem de uma frente fria e a formação de uma zona de convergência podem provocar chuva forte até a madrugada de quarta-feira. A intensidade da chuva deve diminuir na quinta-feira, quando as temperaturas vão voltar a subir", explicou Marlene Souza, meteorologista do Inmet. "O tempo ficará instável. A partir de terça e quarta-feira, as chuvas devem se concentrar mais para o meio e final do dia", acrescentou o meteorologista Wanderson Luiz, da UFRJ.
Em março, a previsão é que o verão atípico continue, mas com menos dias chuvosos em relação a fevereiro. "Deve ser um mês com grande acumulado de chuva, principalmente a partir do dia 20, com a chegada do outono. O período de transição tende a ser chuvoso", afirmou Marlene Souza.
De acordo com a especialista, toda a região Sudeste teve chuva acima da média no mês passado. "No Rio, algumas áreas tiveram quase 200% de precipitação. Isso aconteceu não só por conta das frentes frias, que chegaram e permaneceram por algum tempo na região do litoral, como também pelas zonas de convergência do Atlântico Sul, que formam um corredor desde o Amazonas. Toda nebulosidade e instabilidade de lá passou a incidir no Sudeste", detalhou Marlene.

 

Comentários