Depois de 15 dias em isolamento domiciliar, em Barra Mansa, a primeira infectada por coronavírus no Estado do Rio de Janeiro foi liberada, ontem à tarde. Ela já não apresentava os sintomas há dez dias. O desafio é enfrentar o preconceito de alguns moradores da cidade, hostilidades e até fake news.
"Minha cidade é muito pequena. Entendo que as pessoas estejam assustadas, mas não tenho culpa. Nas redes sociais, as pessoas estão compartilhando a minha foto e me xingando, dizendo que sou uma 'desgraçada'. Há quem diga que deveria ter morrido na Europa.
"Inventaram áudios de WhatsApp como se fosse eu dizendo que fui levar um filho na escola e brinquei com várias crianças, mas é mentira. Eu nem tenho filhos, moro só com meu marido e cumpri a quarentena".
Ela não corre mais risco de transmitir a doença e só foi considerada suspeita para a Covid-19 porque ela havia voltado da Itália. Ela não apresentou os sintomas da doença, como a febre, mas sentiu dores de cabeça e na altura dos pulmões.
"Nunca imaginei que fosse coronavírus, porque já tive gripes muito mais fortes. Não tive nenhuma dificuldade para respirar. E meu marido não não apresentou nenhum sintoma", disse.