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Coronavírus: Planalto lança campanha 'O Brasil não pode parar' contra medidas de isolamento

Também há previsão de vídeos institucionais. O valor da campanha não foi divulgado

Vinte e três pessoas que estiveram com o presidente nesta viagem testaram positivo para novo coronavírus
Vinte e três pessoas que estiveram com o presidente nesta viagem testaram positivo para novo coronavírus -
O governo federal lançou uma campanha publicitária esta semana chamada "O Brasil não pode parar" para defender a flexibilização do isolamento social, que faz parte das ações de combate ao novo coronavírus, e retomada econômica. Também há previsão de vídeos institucionais. O valor da campanha não foi divulgado.

No Instagram, uma publicação feita no perfil do governo federal diz que "no mundo todo, são raros os casos de vítimas fatais do coronavírus entre jovens e adultos".
A orientação é contrária à do Ministério da Saúde, que na última segunda-feira pediu à população que evitasse aglomerações que evite ao máximo sair de casa. "Neste momento, é muito importante evitar aglomerações para se prevenir e prevenir as pessoas que você ama do #coronavirus", escreveu a pasta por meio de sua conta oficial no Twitter. Em outra publicação, o Ministério da Saúde afirma que o isolamento domiciliar e o distanciamento social é a forma mais eficaz do país retardar um grande número de casos e a suas consequências.
O filho do presidente e senador Flavio Bolsonaro compartilhou a campanha na noite de quinta-feira, pedindo compartilhamentos. 


"A quase totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade", diz o texto.
Economistas, como Monica de Bolle, da universidade americana Johns Hopkins University, que monitora a pandemia, classifica como falacioso o argumento de que os efeitos econômicos do isolamento social seriam piores do que a volta à normalidade.
"Remover as medidas sanitárias prematuramente é uma sentença de morte não só para os doentes de covid-19, mas para os sistemas de saúde, e para a economia. Só há uma saída: aguentar o tranco da longa quarentena para impedir a perda de muitas, muitas vidas", escreveu De Bolle. A pesquisadora lembra que estudos sobre a Grande Depressão mostram que tempos econômicos duros não matam como se imagina e defende uma renda emergencial para brasileiros durante a crise, entre outras medidas.
A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira repasse mensal de R$ 500 a trabalhadores informais e pessoas com deficiência que ainda aguardam na fila de espera do INSS até a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). No caso de mulheres provedoras de família, a cota do auxílio emergencial será paga em dobro (R$ 1,2 mil). Para começar a valer, o texto ainda precisa ser apreciado pelo Senado Federal.

Na última terça-feira, 24, o presidente foi criticado após fazer pronunciamento em rede nacional no qual se referiu ao novo coronavírus como "gripezinha" e "resfriadinho". Nesta quinta, Bolsonaro disse que a reação negativa na internet somou cerca de 70% dos comentários, mas ele planeja reverter a imagem.
*Com Estadão Conteúdo