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Comunidades em alerta

Rio já tem quatro favelas com casos confirmados de Covid-19 e onda de apoio cresce

O sinal de alerta para a temida propagação do novo coronavírus em áreas carentes está ligado no Rio. Depois do primeiro caso confirmado, na Cidade de Deus, na Zona Oeste, mais três comunidades tiveram pessoas infectadas: Vidigal, na Zona Sul, e Manguinhos e Parada de Lucas, na Zona Norte, segundo o painel oficial da secretaria municipal de Saúde. Com a preocupação também chega uma onda de solidariedade, com diversas campanhas e mutirões de arrecadação de alimentos e produtos de higiene.

Uma dessas campanhas é da Central Única das Favelas (Cufa). Ontem, eles estiveram nas favelas do Barro Branco e Vila Operária, ambas de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. 

"Essa ajuda veio na hora certa. Já estava preocupada como ia fazer para alimentar meus dois filhos e fui abençoada com essas cestas básicas. Peço que mais instituições façam esse movimento", disse a cozinheira Jurema Cruz, de 47 anos.

Na Cidade de Deus, o esforço tem sido redobrado desde o primeiro caso conformado. Inúmeras lideranças criaram a Frente CDD para evitar a proliferação do vírus. Já foram entregues mais de mil kits, em doações que são feitas todos os dias, sem ponto fixo, para evitar aglomerações. "A chegada do coronavírus aqui mostrou como o estado se faz ausente nas favelas e como essa ausência de política pública nos deixa vulneráveis", afirma João.

No Complexo do Alemão, o Coletivo Papo Reto se prepara para fazer doações e percorre a comunidade com alertas sobre os principais cuidados. "Estamos preparando a equipe sobre como fazer a distribuição sem ser mais um agente transmissor para a população", diz Thainã de Medeiros, articulador do coletivo.