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Não tem idade certa

Caso de mulher de 32 anos serve de alerta: o coronavírus não poupa ninguém

Na favela da Rocinha, onde pode ter sido registrada a primeira morte em comunidade, faixa incentiva as pessoas a ficarem em casa
Na favela da Rocinha, onde pode ter sido registrada a primeira morte em comunidade, faixa incentiva as pessoas a ficarem em casa -

A morte da vendedora ambulante Cleuza Fernandes, de 32 anos, em Rio Bonito, primeira na faixa etária entre 30 e 39 anos, serve de alerta para os mais jovens sobre o novo coronavírus. Não consideradas grupo de risco, pessoas com menos de 60 anos, e até adolescentes, vêm sendo vítimas da Covid-19.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, a faixa etária da vendedora de bananadas é a que acumula o maior número de infectados no Estado. São 143 casos confirmados, uma morte e 21 internações em leitos de UTI ou semi-intensivo. A lista mostra outras duas mortes abaixo dos 60 anos: de 50 a 59 e de 40 a 49. A maioria dos infectados nessas faixas é mulher. 

Para o professor de infectologia da UFRJ Edmilson Migowski, os idosos são grupo de risco do novo coronavírus porque têm a saúde normalmente mais fragilizada, mas com os adultos o problema é outro: "os filhos desses adultos estavam na escola, convivendo com outras muitas crianças que podiam estar infectadas até duas semanas atrás. Além, é claro, de essas pessoas serem a maioria das que irão às ruas para mercados e farmácias", explica Migowski.

Cleuza trabalhava em contato direto com o público até o último dia 8, quando começou a sentir os sintomas, e não tinha nenhuma doença crônica.

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, até ontem, no Rio, havia 708 diagnósticos positivos e 23 mortes.