Rivais unidos contra o vírus

Concorrentes na disputa por passageiros, taxistas e motoristas de aplicativos, agora, estão em sintonia contra o coronavírus. Ambos seguem circulando pelas ruas, por serem serviços essenciais, e têm tomado os cuidados de higiene para evitar a contaminação deles e de seus clientes. 

O taxista Noelino Gonçalves, de 59 anos, só roda pela cidade com o 'kit higiene' completo. "Tenho perto do volante um vidro de álcool em gel para mim e tenho outro no banco traseiro, que o passageiro pode usar. Higienizo o carro pela manhã e a cada corrida: limpo a maçaneta, o gatilho para abrir a porta e a fivela do cinto de segurança. Tenho água na mala e pulverizador com detergente", detalha Noelino, taxista há 15 anos.

Com menos movimento, as corridas sofreram queda. "Eu tenho feito menos da metade das viagens que fazia antes. Achei que as pessoas iam preferir o carro ao transporte público, mas não está sendo assim", disse Élcio Santos, motorista de aplicativo.

Santos está há três anos no ramo e nunca deixou de lado a clássica oferta de bala e água aos passageiros. E, agora, em tempos de pandemia, acrescentou outro item: o álcool em gel. "Eu vi um taxista colocando o álcool em gel para o passageiro e repeti a prática. Fica bem à vista do passageiro: balas, copo de água e um vidrinho de álcool. Pode usar à vontade, só não pode levar para casa, porque está ruim de arrumar outro", disse, rindo.