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Estado não tem respirador nem leitos

Governador Wilson Witzel avisa que isolamento social é de suma importância no combate da doença

 Witzel reafirma a importância do isolamento social no combate ao coronavírus
Witzel reafirma a importância do isolamento social no combate ao coronavírus -
O governador Wilson Witzel voltou ontem a alertar que o Estado do Rio não tem respiradores e leitos suficientes para enfrentar o pico da pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, a alta procura no mercado internacional é o maior empecilho para a efetuar a compra dos equipamentos médicos. Em entrevista ao 'Bom Dia Rio', da TV Globo, ele disse que a solução mais plausível no momento é evitar ao máximo sair de casa. Witzel cobrou também maior ação dos prefeitos para impedir a circulação e aglomerações nos municípios fluminenses. Em todo estado já são 122 mortes e 2.216 casos confirmados de Covid-19. Há ainda 98 óbitos em investigação.
De acordo com Witzel, a população aderir ao isolamento social é de suma importância para o estado não ficar vulnerável no combate à doença. "Nós não estamos conseguindo comprar respiradores (devido à alta demanda internacional). Temos algo em torno de 400. É muito pouco, longe da nossa necessidade. Nós não vamos ter condições de atender a uma quantidade grande de pacientes se as pessoas não adotarem as medidas de restrição", argumentou. " Muitos ainda não entenderam a gravidade do problema. Peço pelo amor de Deus para não saírem de casa sem extrema necessidade. A morte pode bater ao lado da sua porta", acrescentou.
Áreas isoladas
Ainda de acordo com o governador, as áreas mais infectadas dos municípios devem ser isoladas. "Os prefeitos têm que botar fita e barreira. O calçadão está movimentado? Vai lá e fecha. Tem camelô? Isola", pediu. Witzel também afirmou que estuda atuação mais dura da polícia para evitar a circulação de pessoas. Entre as medidas, multas e detenção. Sobre a parada absoluta, o chamado lockdown, ele disse que se for necessário, será feito. " É preciso que haja um consenso médico. Faço o que a medicina determina", ressaltou.
Witzel destacou que a população do carente do Rio é de 'alta vulnerabilidade'. "Temos um índice alto de tuberculose, por exemplo, nas comunidades. A preocupação é muito grande. A solução é pedir para a população ficar em casa", finalizou o governador.
Secretário de Saúde teme pico de casos
O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, afirmou que sem o isolamento social o panorama dos mais de dois mil casos e 122 mortes no Estado do Rio seria ainda pior. Ele confessou estar com medo que a curva de contágio volte a subir por conta da diminuição na adesão do isolamento da população, principalmente na capital, que concentra o maior número de casos.
"A curva estaria muito pior, teríamos mais mortes sem o isolamento. Mas temos que desassociar um achatamento da curva com a ideia de que está pronto para voltar à rua. O governo atuou rápido e de maneira correta. Então, a população joga isso no lixo! Vai para o calçadão caminhar!", reclamou.
O secretário acrescentou que está com medo de que a curva pegue um movimento ascendente. "Falei que eram dados preliminares e que esperaria mais 15 dias para ter certeza (do achatamento). Agora eu tenho dúvidas se, daqui a duas semanas, teremos uma resposta positiva", admitiu Santos.

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