O fantasma de Moro

A demora em escolher o nome do novo ministro da Justiça e Segurança Pública — até o início da noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não havia batido o martelo — pode ser explicada pelo peso que o ex-ministro Sergio Moro tem perante a opinião pública.

O ex-juiz da Lava Jato se demitiu na sexta-feira, após divergências sobre o comando da Polícia Federal. O caso caiu mal para o governo, como mostra pesquisa instantânea feita pelo Instituto Ideia Big Data, para o site BR Político: 65% dos entrevistados acreditam na acusação feita por Moro de que houve interferência política do presidente no ministério.

A pesquisa foi realizada por telefone, ainda na sexta, com 1.615 respostas. A margem de erro é de 2,5 pontos para mais ou menos.

A primeira pergunta foi sobre a saída de Moro e suas acusações de interferência política de Bolsonaro na PF. Sobre isso, 65% disseram acreditar em Moro. Em contrapartida, 35% não acreditam nas declarações do agora ex-ministro.

A segunda questão foi se os entrevistados acreditavam que as acusações de Moro poderiam ser o estopim para um pedido de impeachment de Bolsonaro. Para 61% dos ouvidos, Moro pode ser pivô de um processo de impedimento do presidente. Outros 39% discordaram dessa possibilidade.

A terceira pergunta foi sobre o futuro de Moro, se ele poderia vir como candidato à eleição presidencial de 2022: 66% acredita que sim; 34% disseram que não.

Em outra pesquisa, da XP/Ipespe, com 800 entrevistados em todo o país, 49% esperam um mandato ruim/péssimo de Bolsonaro, outros 25% acreditam que será regular, enquanto 18% afirmaram ter uma expectativa ótima/boa.